País mobilizado

Um dos principais interlocutores políticos do governo federal e articulador com movimentos sociais, o ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, afirmou que a presidente Dilma Rousseff está “atenta” e “preocupada” em entender a mensagem dos protestos. Na última segunda, 12 capitais foram tomadas por manifestações que reuniram mais de 250 mil pessoas, segundo as primeiras estimativas.

Originalmente motivados pora umento do custo da tarifa de ônibus e por gastos com a Copa das Confederações, os descontentamentos se mostram mais amplos em cada ato.

“Ela (Dilma) está muito atenta e passou o dia de ontem muito preocupada em fazer essa análise (do significado dos protestos) e não tomarnenhuma ação, porque precisa fazer um diagnóstico dessa realidade para não sair tomando medidas”, afirmou o ministro a senadores durante depoimento em uma comissão.

Mais cedo, o ministro afirmou ao Terra que a presidente ficou “impressionada” com a dimensão dos protestos e que o governo ficou monitorando ao longo da noite as ações. Chamou a atenção do governo a ocupação do teto do Congresso Nacional e também o volume de pessoas nas ruas do Rio e de São Paulo.

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“Não dá para a gente ter a pretensão de querer definir esses movimentos assim tão rapidamente. Eles surgiram agora, temos de estar atentos a ele”, disse o ministro, depois, em entrevista coletiva. “É um diálogo que se inicia e que nós entendemos que vai ser longo e eu espero que seja muito proveitoso. A única coisa que nos preocupa de fato são os excessos”.

O ministro sugeriu que em um contato com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o momento em que os manifestantes ameaçaram invadir o prédio principal do Congresso Nacional foi o ponto mais sensível do protesto de segunda. “Esse é o limite. Não se entra no Congresso Nacional (…). Esse tem de ser o limite e cabe a quem está em posição de governo zelar pela lei e pela ordem”, afirmou o ministro durante depoimento à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado.

A Polícia Militar do Distrito Federal reforçou a segurança do Parlamento, que comumente é guardado pela Polícia Legislativa. A atuação policial em Brasília e em São Paulo foi elogiada pelo ministro. “O processo foi exemplar, adequado. Ficamos até a meia-noite assistindo”, disse.

Um dos desafios que o Planalto afirma estar encontrando frente à nova onda de manifestações é a nova modalidade de organização, sem direção ou estrutura hierárquica. O governo alega dificuldade em encontrar interlocutor para dialogar com esses movimentos.

Fotos da galeria: Gisele Vitória