O carlopetismo

Dom Jaime Chamello, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), recebeu na quarta-feira 28 um grupo de parlamentares da oposição. Foram pedir apoio para a CPI da Corrupção. Tudo bem, o prelado emprestou seu apoio, mas não deixou por menos. Voltou-se educadamente para o presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), e resolveu dar um puxão de orelha no partido: “Um fato que me deixou muito triste aconteceu na despedida do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) da presidência do Senado. Foi quando vocês fizeram tantos elogios a ele que quase o canonizaram.” Constrangido, José Dirceu admitiu que a bancada passou dos limites. E disse até que foi feita uma “autocrítica” dentro do PT. Só não conseguiu explicar por que o namoro com o pefelista baiano continua ainda hoje.

Síndrome de líder
Depois do líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), agora é a vez de o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), ameaçar abandonar a vida pública. Durante jantar num restaurante de Brasília, na terça-feira 27, Geddel se disse cansado do desgaste que a imagem dos parlamentares vem sofrendo desde que começou a briga entre ACM e Jader Barbalho. “Eu não preciso da política para sobreviver. Acabo largando tudo”, desabafou.

Entraram mudos. Saíram calados
Na foto, um médico e um enfermeiro deixam o gabinete de Antônio Carlos Magalhães, na terça-feira 27. Retiraram sangue para exames, mas nada disseram sobre o estado do senador pefelista. Na segunda-feira, apesar de ter passado mal durante o fim de semana na Bahia, ACM disse que está com a saúde tinindo.

Ciro x Tarso
Não andam em boa fase as relações do governador do Ceará, Tasso Jereissati, com o candidato do PPS à Presidência, seu amigo Ciro Gomes. O mal-estar começou quando Tasso disse que não votará em Ciro, mas no candidato de seu partido, o PSDB, mesmo que o ministro José Serra seja o escolhido. Coube ao irmão de Ciro, Cid Gomes, dar o troco. Prefeito da cidade de Sobral (CE), ele declarou que Tasso dá sustentação política a prefeitos corruptos no Estado.

PTB em guerra
Os deputados Luiz Antônio Fleury (SP) e Walfrido Mares Guia (MG), ambos do PTB, estão fazendo um levantamento de forças dentro de seu partido. Querem saber quantos votos teriam numa convenção nacional para derrubar o presidente da legenda, deputado José Carlos Martinez (PR). Em tempo: Martinez conta com o apoio de outro peso pesado no PTB, o líder na Câmara, Roberto Jefferson (RJ).

Greve na PF
Nos próximos dias, o governo poderá enfrentar mais um problema. A Polícia Federal deverá iniciar uma greve nacional, em protesto contra o fato de o Senado ter aprovado o projeto que autoriza a criação da Guarda Nacional. Segundo Francisco Garisto, presidente da Federação Nacional de Agentes da Polícia Federal, a Guarda Nacional será criada para acabar com a PF.

Rápidas

Agora é o PFL que esnoba o PT. O pefelista Saulo Queiróz não vai aceitar o convite que recebeu do governador de Mato grosso, Zeca do PT, para integrar seu secretariado.

O presidente da CUT, João Felício, jura: nunca concordou com a proposta do governo para cobrir o rombo do FGTS. “Agora só converso com o ministro do Trabalho de portas abertas.”

Vem chumbo grosso no PFL do Paraná. O prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, está à beira do rompimento com o governador Jaime Lerner. Os tucanos incentivam a briga.

O novo ministro das Minas e Energia, José Jorge, já virou cabo eleitoral. Está programando viagens a Pernambuco para a campanha do vice-presidente, Marco Maciel, ao Senado.