A presidenta Dilma Rousseff jamais se esqueceu do “amigo e companheiro” Jacob Gorender, historiador, ex-dirigente do PCB e um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário. Ela estava presa nos órgãos de repressão da ditadura militar quando o conheceu. Gorender mal podia se mexer de tanta dor de pancada, pau-de-arara e choque elétrico, mas encontrou forças para orientar a também presa política e torturada Dilma. Gorender morreu em São Paulo na quarta-feira 12, aos 90 anos. “Ele estava convalescente de torturas e foi conselheiro crucial na minha vida”, disse a presidenta. Gorender deixa dois importantes livros: “O Escravismo Colonial” e “Combate nas Trevas”. Academicamente o primeiro é mais importante que o segundo, ao mostrar que o escravismo era um “modo de produção em si” e não “o capitalismo atrasado”, como escrevia Caio Prado Jr., nem o “feudalismo incompleto”, como defendia Alberto Guimarães.