Se os projéteis não fossem de chumbo e pólvora de verdade, quem visse a cena diria que se tratava da gravação de filme sobre a máfia e suas execuções, nas quais não se economiza munição para se livrar de um desafeto. Na terça-feira 11, José Roberto Ornelas tomava cerveja numa padaria da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Um carro Gol parou na porta. Vidros se abriram. Os quatro passageiros dispararam 44 balas contra Ornelas. Ele era diretor do jornal “Hora H” e sobrevivente de um atentado no ano passado. A polícia suspeita de que o crime tenha ligação com a linha editorial do jornal, que denunciava sistematicamente o tráfico de drogas e a corrupção política. Outra hipótese: vingança, porque Ornelas fora acusado de ser mandante de um assassinato na região (a Justiça o absolvera).