A V E N T U R A
A espaçonave do fundo do mar

Em 21 de julho de 1961, o astronauta Virgil "Gus" Grissom tornou-se o segundo americano no espaço. Após um vôo suborbital de 15 minutos, sua cápsula, a Liberty Bell 7, reentrou na atmosfera e caiu de pára-quedas no Atlântico, onde era aguardada por helicópteros e mergulhadores. O mar estava revolto. Mal pousou, a portinhola – acionada por explosivos – se abriu e a água começou a entrar. O astronauta só teve tempo de se jogar no oceano. A cápsula afundou, indo parar a 4,7 quilômetros de profundidade. Em Os eleitos, onde recontou a história do Projeto Mercury, o escritor Tom Wolfe insinuou que a nave foi perdida porque Grissom entrou em pânico. O astronauta nunca soube explicar por que a portinhola se abriu antes da hora. E acabou morrendo em 1967 no incêndio da cápsula Apollo 1, que estava sendo testada em cabo Canaveral. Passados 38 anos, uma expedição patrocinada pelo Discovery Channel está se dirigindo para a costa das Bahamas na tentativa de encontrar a Sino da Liberdade 7. Seu líder, Curt Newport, aposta na tecnologia dos novos submarinos robôs para achar essa noz de titânio no fundo do mar. Se for encontrada, a cápsula será recuperada e exposta ao público.

 

T E C N O L O G I A
Insetos robôs

Mark Tilden faz robôs com cara de inseto usando a tralha guardada na garagem. "Já construí milhares deles", disse a ISTOÉ esse engenheiro do laboratório americano Los Alamos, no Novo México. "Cada um custa desde US$ 1,39 até muitos milhares de dólares." A razão para suas criaturas terem o tamanho de um punho é a facilidade em construir e testar novos protótipos. "Robôs grandes consomem muito tempo, espaço e dinheiro. Já fiz robôs parecendo aranhas de dois metros que se locomoviam rápido como um homem, assim como outros feitos com peças de relógio que ficavam em pé sobre uma moeda."

 E S P A Ç O
Relógio marciano

O primeiro meio usado pelo homem para medir a passagem do tempo foi o relógio de sol, inventado pelos sumérios na Mesopotâmia há cinco mil anos. Há dois mil anos, o mesmo dispositivo foi reinventado na América Central pela civilização maia. Hoje, em plena era digital, astrônomos americanos da Universidade Cornell anunciaram a construção de um relógio solar marciano. O aparelho pousará no Planeta Vermelho em janeiro de 2002, a bordo da missão Mars Surveyor Lander. Com oito centímetros quadrados, será feito de alumínio, pesando 60 gramas. À medida que o sol se mover no céu marciano, câmeras enviarão à Terra as imagens do movimento da projeção da sombra de seu pino. Em sua superfície, o relógio terá a palavra Marte gravada em 22 idiomas – inclusive o português, além das versões em sumério e maia.

 

Por Peter Moon