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NO BRASIL Kitty do Rio dá aulas que valorizam também o uso do salto alt

 

Agarrar-se a um poste e dar um giro rápido sobre ele, sem tropeçar ou perder a pose, não é nada fácil. O movimento pode parecer simples quando se vê uma stripper exibindo suas habilidades em programas de tevê ou em boates. Mas a prática demonstra que é preciso ter pernas. E como. “Elas ficam maravilhosas com o exercício. Só que é necessário também força no abdome”, explica a bailarina Kitty do Rio, de São Paulo, que nunca apresentou a pole dancing – a tal dança no poste – em cabarés ou clubes noturnos. Ela é professora de uma academia que inaugurou no Brasil neste ano as primeiras classes de interessadas na modalidade. Kitty recebe mulheres casadas, solteiras, jovens e maduras dispostas a imitar as dançarinas eróticas.

Se alguém estranhou a existência de aulas de pole dancing, prepare-se para uma surpresa maior. A atividade virou um fenômeno internacional de popularidade. A dança das strippers, popularizada em filmes como Striptease, com Demi Moore, conquistou de americanas a chinesas. Isso porque, além de despertar ou reforçar a sensualidade das adeptas, mexe com os músculos, esculpindo pernas, braços, glúteos e cintura. A atriz Teri Hatcher, da série Desperate Housewives, ficou encantada com os resultados corporais. “Trata-se de ter confiança no próprio corpo”, declarou depois de ter se rendido às aulas de Sheila Kelley, famosa professora de pole dancing.

 

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FITNESS As lições da americana KT salientam o lado dos exercícios

Na versão mais “caseira”, ressalte-se. Outra razão para a febre da pole dancing é que a atividade não segue regras rígidas, ao contrário de outras danças. Há movimentos básicos. No entanto, o que se valoriza é o estilo pessoal. Afinal, cada um encontra a sua maneira de se mostrar sexy. Na China, onde as primeiras turmas surgiram em 2006, apreciase bastante a parte acrobática. E isso atrai inclusive os homens. “Há todo tipo de gente querendo se exercitar com a pole dancing: enfermeiras, médicas, pop stars, mães e pais, drag queens e muito mais”, revela KT Coates, diretora da escola americana Vertical Dance. KT, que salienta mais o lado fitness da modalidade, deverá dar aulas na China em 2008.

Nos Estados Unidos, as ofertas de classes especiais se multiplicam, com alunas ansiosas para conseguir executar as acrobacias mais ousadas, como escorregar no poste pendurada de cabeça para baixo. Também surgem empresas que se dedicam à venda das barras metalizadas (pole, em inglês), caso da PoleDanzer, que comercializa cerca de 100 peças por mês, ao custo aproximado de US$ 400 (R$ 772). Os objetos são utilizados em casa ou em festinhas. No Brasil, por enquanto, a aquisição é rara. “Comprei a minha barra em Londres. As alunas comentam que adorariam ter uma em casa”, diz Kitty do Rio. Para entrar na dança, não é preciso muito. Basta ter mente aberta – e não se render ao preconceito, porque o pole dancing vale até para quem não está em plena forma –, não sofrer de problemas na coluna, adotar roupas curtas para que o corpo deslize pela barra e usar sandália de salto alto. Por aqui, o andar sensual também faz parte do show.