Esqueça tapetes persas, viagens a Miami, carrões de luxo. A classe média brasileira que consegue prosperar em meio à crise é avessa a badalações e ostentação. Fala mais em trabalho do que em patrimônio. Valoriza o investimento muito mais do que a retirada. Escaldada por uma economia incerta, ela tem os pés no chão. Em comum, todos abdicaram de horas de lazer e férias em troca de longas jornadas que não raro varam madrugadas e invadem finais de semana. Além da dedicação, tiveram boas idéias ou oferecem ao mercado produtos diferenciados, em preço ou qualidade. A classe média que dribla a adversidade é discreta, mas mostra sua força em diversas áreas: da informática à gastronomia. Para esses empreendedores, o paraíso não significa uma sacola com produtos de griffe ou noitadas regadas a champanhe francês. Essa classe média deixa claro no seu estilo de vida que o paraíso é a tão sonhada estabilidade econômica. Como diz Edgar Donato, proprietário de restaurante: “Não adianta imaginar que estamos atravessando uma crise temporária; estamos é vivendo uma nova realidade e temos de nos adaptar a ela.” Pensando assim, eles escaparam de uma alarmante taxa de “mortalidade”: segundo o Sebrae-SP, 36% das empresas abertas são desativadas no primeiro ano de vida.


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