Na atual crise política por que passa o Brasil causará pouca surpresa se começarem a circular cartões-postais com o Cristo Redentor cedendo lugar ao prédio inacabado do TRT de São Paulo como símbolo do País. O assunto de capa desta edição é a entrevista com Fábio Monteiro de Barros Filho, o construtor do prédio encomendado pelo juiz Nicolau dos Santos Neto. O juiz, o construtor e o senador Luiz Estevão são acusados de superfaturamento e desvio de verbas na construção da obra que foi eleita como símbolo da corrupção que humilha o País. O senador perdeu o mandato. O juiz, depois de depor na CPI do Judiciário, desapareceu e ainda não foi encontrado. Nem se apresentou para dar suas explicações. O construtor se defende.

Ele diz que venceu uma licitação para entregar um prédio pronto e acabado, contratado a preço fechado e reajustado por índice oficial. Afirma também que o TCU, Tribunal de Contas da União, considerou, através de parecer, o preço da obra condizente com os de mercado. Baseado nesses argumentos, para ele não houve nem desvio de verbas nem superfaturamento. Mas Monteiro de Barros, além de se defender, também ataca. E bastante.

Hélio Campos Mello, Diretor de Redação