No jornalismo político, poucas matérias são tão saborosas quanto aquelas que reconstituem bastidores de reuniões fechadas entre autoridades, reproduzem diálogos e trazem à tona aquilo que deveria ter sido omitido do grande público. Desde a última semana, a sucursal de ISTOÉ no Rio de Janeiro reforçou seu time com um especialista neste estilo de reportagem: o subeditor Aziz Filho. Em seus 12 anos de carreira, Aziz, 33 anos, passou por publicações como O Globo, Jornal do Brasil e Folha de S. Paulo. Em 1996, integrou a equipe de repórteres que ganhou os prêmios Esso de Jornalismo e Líbero Badaró com a investigação sobre a Guerrilha do Araguaia. Talvez por ter-se iniciado na profissão numa época de grande efervescência política, com a redemocratização, a Constituinte e a primeira eleição direta para presidente, Aziz se dedicou preferencialmente a esse tipo de assunto. "A política é a coisa mais importante de um país democrático e está no fundo de todos os grandes problemas da população", argumenta.

Na sua primeira incursão como repórter de ISTOÉ, Aziz levantou os bastidores de uma reunião na qual o PMDB do Rio de Janeiro tentou chantagear o governador Anthony Garotinho, do PDT, exigindo o controle do órgão que cuida da fiscalização do transporte público em troca de apoio na Assembléia Legislativa. Ao recuperar os diálogos do encontro, Aziz se deparou com frases de baixo nível, reveladoras do padrão da chantagem política e devidamente expostas aos leitores na reportagem publicada à pág. 32.