Planalto reclama da falta de cortesia

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O Planalto aceita o argumento de Renan Calheiros para rejeitar a Medida Provisória sobre Energia Elétrica. Mas considera que o presidente do Senado não podia romper o compromisso assumido uma semana antes, quando anunciou aos senadores que, a partir de então, só aceitaria uma nova MP se ela chegasse à Casa no prazo mínimo de sete dias para ir a votos. A presidenta Dilma Rousseff, que foi informada da decisão de Renan pela imprensa, entende que foi vítima de uma descortesia. Acha que o presidente do Senado poderia ter telefonado para lhe contar o que iria fazer, evitando uma situação conflituosa e desnecessária entre aliados.

Uma luz amarela
A presença do presidenciável Aécio Neves na parte final da reunião de líderes que decidiu enterrar a MP da Energia Elétrica acendeu uma luz amarela entre senadores governistas. Eles desconfiam ter ouvido um jogral afinado nos argumentos trocados entre os senadores tucanos e o presidente do Senado, Renan Calheiros.

Onde está a saída
Deputado familiarizado com negociações entre promotores e delegados sobre a PEC 37, que limita poderes do Ministério Público, defende uma fórmula para se construir consenso. “Basta assegurar que a parte que investiga não acuse e que a parte que acusa não julgue.”

Alívio para a ONU
Após longa espera, o Supremo se pronunciou a favor do voto da ex-ministra Ellen Gracie que apoia a contratação de brasileiros, como terceirizados, pelo PNUD/ONU. Denunciada por sindicatos, a terceirização envolve 20 mil pessoas nos serviços de cooperação internacional.

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Assédio canino
Depois do assédio sexual na embaixada em Sydney, aparece outro caso exótico no Itamaraty. Um funcionário de um consulado no interior do Peru, na década de 1990, diz que conviveu com um embaixador que mantinha dois cães rottweiler em sua sala para afastar subordinados.

Anti-herdeiro na Bahia
Ganha força a candidatura de Luís Eduardo Magalhães Filho para o governo da Bahia em 2014. Filho do ex-deputado morto em 1998, quando era um dos herdeiros do governo de FHC, Duquinho imita o pai. É leal à memória do avô ACM, mas pretende caminhar em faixa própria.

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Escolha à moda Lula
A escolha de Luis Roberto Barroso para o Supremo Tribunal Federal indica que neste caso a presidenta Dilma Rousseff aderiu ao estilo Luiz Inácio Lula da Silva de tomar decisões. Pediu sugestões, ouviu palpites de terceiros, quartos e quintos. Deixou que o nome de vários candidatos chegasse aos jornais e no fim escolheu quem queria desde o início.  

Olimpíada dos peões
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, confirmou gosto por propostas polêmicas quando o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, lhe pediu empenho para transformar a prova do laço comprido em modalidade olímpica. Filho de peão, Aldo vai estudar o caso.

O perdão para a África
O governo acredita que não terá maiores dificuldades – só as de sempre – para convencer o Senado a aprovar o perdão da dívida de todos os países africanos, conforme a presidenta Dilma Rousseff anunciou na Etiópia. O perdão pode ser visto como reparação histórica, demagogia ou decisão pragmática. Mas é um atalho indispensável para fazer negócios num continente que nos próximos anos terá escolhido parceiros para fornecer capitais, tecnologia e investimentos. Nesse ambiente, só é possível fazer investimentos novos quando os compromissos antigos tiverem sido saldados – ou perdoados.

Desoneração mostra força
Numa demonstração da força do empresariado no Congresso, uma medida provisória de desonerações pretendia aliviar impostos e tributos de sete setores da economia quando chegou à Câmara. Já beneficiava mais de 100 segmentos, quando foi enviada para votação e aprovada pelo plenário. Até setores impiedosos para demitir funcionários foram incluídos na lista.

Rápidas
* O artigo que obriga o cidadão comum a chamar delegado de polícia de Sua Excelência é a piada pronta do Projeto de Lei Complementar 132, aprovado pelo Congresso. Pergunta-se o que acontecerá com o humilde que se esquecer do tratamento, típico de juízes.

* Esperando nova safra recorde para 2013, o Planalto contabiliza que o brasileiro terá direito a comida barata na mesa também no ano eleitoral de 2014 – com preços em queda quando o eleitor estiver a caminho da urna.

* Nova lei antidroga prevê a criação de subsídios para empresas interessadas em promover campanhas e tratamentos contra a dependência química. Teme-se a versão crack das distorções da Lei Rouanet.


* O PSC calcula que uma dobradinha entre o cirurgião plástico Robert Rey, do seriado “Dr. Holywood”, e o pastor Marco Feliciano pode lhe dar 1,5 milhão de votos e cinco deputados em 2014.

Retrato falado

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“Se aqui é o inferno, a senhora já participou muito tempo desse inferno.”

Com sua metralhadora giratória em punho, o líder do PR na Câmara abriu fogo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e contra a senadora Kátia Abreu (PSD-TO). Anthony Garotinho acusou Renan de inventar regra de que a Casa não vota medida provisória que estiver a menos de uma semana de caducar, referindo-se à negativa do Senado em votar a proposição que trata da redução da tarifa da conta de luz. O líder do PR afirmou que Kátia referiu-se à Câmara como “inferno”, ao dizer que, se o Senado alterasse
o texto, a MP voltaria à morada dos mortos. 

Toma lá dá cá

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André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara, explica por que o País deve discutir a PEC 37, que limita a atuação do ministério público:

ISTOÉ – A PEC 37 vai sair do papel?
André Vargas – Esse projeto permite um debate necessário. Questões importantes, como excessos na presunção de culpa e ações espetaculosas, precisam ser debatidas.  

ISTOÉ – Por que o Ministério Público ocupou papel que cabia à polícia?
André Vargas – O Ministério Público avançou na investigação da corrupção. Mas eu não vejo o mesmo entusiasmo na hora de subir o morro e combater traficantes. 

ISTOÉ – A atuação do MP contra a corrupção é legítima?  
André Vargas – O MP não pode ser a polícia da política. Quem deve cumprir esse papel é o eleitor, que tem voto.

Ibope subiu


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A conversa/entrevista do presidenciável tucano Aécio Neves no programa do apresentador Ratinho no SBT estava prevista para durar dez minutos. Mas a audiência foi de 22 pontos no Ibope e Ratinho não quis perder o embalo. Na hora do intervalo, pediu: “Aécio, a média de ibope com entrevistados é de dez pontos, com você está dando o dobro. Fica mais um bloco!” A entrevista durou 20 minutos.

Deda no trabalho
Apesar das broncas dos médicos que tratam seu câncer no estômago, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, segue trabalhando. Ele fechou um pacote de R$ 567 milhões do Programa de Apoio ao Investimento nos Estados (Proinvest). Depois disso, afastou-se por 15 dias para seguir o tratamento. 

Fotos: UESLEI MARCELINO; AFP PHOTO / VANDERLEI ALMEIDA
Colaboraram: Claudio Dantas Siqueira e Josie Jerônimo


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