T E C N O L O G I A
Laser balístico

Continuam os testes do canhão laser que a Força Aérea americana pretende instalar numa esquadrilha de Jumbos 747 no próximo século. O contrato de US$ 1,1 bilhão para desenvolver a nova arma foi ganho pelas empresas Lockheed Martin e TRW. O feixe letal verde (ao lado) foi testado em 1998 em San Diego. O batismo de fogo será em 2003, quando terá que abater um míssil intercontinental em vôo. Tudo muito bonito, mas será que é necessário? A guerra fria acabou e o urso russo hoje solta grunhidos. Mas como a indústria americana sobreviveria sem os bilionários contratos do Pentágono?

 

 E S P A Ç O
Sol espiralado

O universo não pára de nos reservar surpresas. Galáxias espiraladas como a Via Láctea são velhas conhecidas da ciência, mas quem jamais imaginou que poderiam existir estrelas em espiral? É justamente isso que astrônomos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, anunciaram na revista Nature. Eles descobriram a mais nova integrante da fauna cósmica, batizada WR 104 (abaixo), usando o poderoso observatório Keck, no Havaí. Segundo os pesquisadores, a estrela é espiralada, pois deve fazer parte de um sistema binário com outra estrela que não aparece na foto por ser menos brilhante. Com as duas estrelas girando uma em torno da outra, seus ventos solares se chocam, espalhando poeira incandescente pelo espaço. Em função da força da gravidade e do movimento orbital do par de estrelas, essa poeira incandescente começa a tomar a forma de um rabo espiralado. A WR 104 se encontra a 4.800 anos-luz do sistema solar. Seu rabo, mediram os especialistas, é 200 vezes maior que a distância que separa a Terra do Sol.

 

 T R A N S P O R T E S
Memória cristalina

Converter os sinais de tevê, dados e telefone em impulsos luminosos e fazê-los viajar no interior de cabos de fibra óptica aumentou em milhares de vezes a capacidade de transmissão das redes mundiais. Já pensou se fosse possível fazer o mesmo no interior dos computadores, com os bits circulando nos chips na forma de luz e não na de elétrons? Nasceria a computação fotônica, mais poderosa que a atual. Para tanto, é preciso resolver um problema: como fazer feixes de luz dobrarem em ângulos retos dentro de chips? A solução começa a surgir no laboratório americano Sandia. Seus engenheiros cultivaram um cristal especial capaz de aprisionar certos tipos de luz. Uma vez confinado, o feixe é armazenado até que a informação que transporta seja recuperada. Pense nas possibilidades: a criação de chips de vidro guardando milhares de Enciclopédias Britânicas. O termo memória cristalina, aí sim, virará realidade.

 

Por Peter Moon