Olho vivo!
Essa Comissão de Orçamento do Congresso ainda vai voltar às páginas policiais. Para quem não lembra, o presidente da comissão no ano passado, deputado Lael Varella (PFL-MG), foi pego mandando verbas da Saúde para um hospital privado pertencente à sua família. Pois bem, o relator deste ano, deputado Carlos Melles (PFL-MG), também conseguiu uma boa. Arrancou do governo a inclusão no Plano Plurianual e no Orçamento 2000 de uma verba de R$ 3,5 milhões para a construção de um trecho da BR 265 entre o município de Ilicínia e a divisa de Minas com São Paulo. Com o poder de relator geral, incluiu a tal estrada entre as emendas prioritárias da bancada do Estado, agora com um pequeno acréscimo na dotação: R$ 30 milhões. Em tempo: o tal trecho passa justamente na região da fazenda do deputado.

PFL lembra Serjão
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) avisa: vai barrar a regulamentação do Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (Fust) na forma defendida pelo governo. Segundo ele, o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, colocou no projeto que 50% da arrecadação com concessões de rádio e tevê vai para um tal conselho gestor, ligado a seu Ministério. Dão cerca de R$ 2,3 bilhões que eram destinados à Anatel. “Agridem a memória de Sérgio Motta quando esvaziam a Anatel dessa forma”, protesta Aleluia.

Superfaturamentos
Coordenador político do Planalto, Aloísio Nunes Ferreira telefonou para seu colega Fernando Bezerra, da Integração Nacional, para comunicar a suspensão temporária da nomeação do atual diretor de Operações do Dnocs, José Newton Mamede, para diretor-geral do órgão. Motivo: nota publicada por esta coluna mostrando que o TCU constatou superfaturamento num projeto de irrigação em Serra Talhada (PE), reduto eleitoral do líder do PFL, Inocêncio Oliveira. Mamede foi quem aprovou a previsão de gastos, juntamente com o diretor-regional, José Gaspar Uchôa. Os dois são ligados a Inocêncio. Outra obra do Dnocs em Pernambuco, a adutora do Oeste, também está cheia de problemas.

“Está na hora de aumentarem os salários dos deputados para algo em torno de R$ 20 mil”
Do segundo vice-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PPB-PE), contando que renegociou suas dívidas com o Banco do Brasil

A hora das pizzas
Até o final do mês as CPIs dos Bancos e do Judiciário apresentam seus relatórios parciais. Na do Judiciário, comandada pelo PFL de Antônio Carlos Magalhães, o juiz Nicolau dos Santos Neto, aquele do prédio do TRT de São Paulo, deve ser responsabilizado sozinho pelo desvio de verbas. Pouco ou nada sobrará para seus amigos em Brasília, o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas e o senador Luiz Estevão (PMDB-DF). A CPI dos Bancos, comandada pelo PMDB de Jader Barbalho, também não deverá produzir acusações contra o ministro Pedro Malan e a cúpula da equipe econômica nem contra os bancos próximos ao PFL, como o Econômico. Tem cheiro de acordo no ar entre Jader e ACM.

Rápidas

  • O Brasil não vai mais do rio Oiapoque ao arroio Chuí. Segundo o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), o desastre ecológico provocado por um arrozal na fronteira com o Uruguai secou o rio Chuí.
  • Já está pronto o livro sobre o ex-ministro Sérgio Motta, de autoria de Expedito Prata e Nirlando Beirão. Revelará parte dos mais de cinco mil pedidos que Motta recebeu de parlamentares.
  • O deputado Eduardo Paes (PTB-RJ) resolveu pegar no pé do BC e de Duda Mendonça. Obteve uma liminar impedindo a contratação da agência de Duda para fazer a campanha institucional do BC.