O presidente da Union Carbide Química, Jean Daniel Peter, foi intimado pela polícia a dar explicações sobre a acusação de espionagem feita contra a multinacional pelo grupo brasileiro Gusmão Santos. Deverão ser interrogados também os dois executivos da Carbide envolvidos no caso, Paulo Pazinatto, gerente de vendas para a América Latina e África do Sul, e o diretor Sanzio Zecchin. O intermediário na compra das informações sigilosas do Grupo Gusmão, Fausto Ribas, sócio da empresa FootHills (revendedora de produtos da Carbide), foi ouvido na semana passada e negou as acusações. O caso poderá passar à Polícia Federal, porque o Grupo Gusmão alega ter provas concretas de que a Carbide teria obtido junto ao Departamento de Comércio Exterior (Decex), órgão hoje subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, informações sigilosas sobre a importação de produtos químicos efetuados pelo Grupo Gusmão Santos no ano de 1998. As informações obtidas junto ao Decex incluem referenciais de preços, quantidades, portos de desembarque, vias de transporte, fornecedores, entre outros itens. O assessor de imprensa do Ministério, José Roberto da Silva, disse que “o Grupo Gusmão estava retaliando em razão do processo que lhe é movido por dumping pela Carbide” e que, “em princípio, todos são honestos no Decex”.