Pernambucano da capital, onde nasceu em 1899, Vicente do Rego Monteiro teve uma participação destacada na Semana de Arte
Moderna de 1922. Mandou nada menos que dez quadros para o evento e só não esteve presente por estar morando em Paris. Pelo menos cinco anos antes de escrever Macunaíma (1928), o modernista Mário de Andrade teve acesso a dois livros, escritos e ilustrados pelo pintor, que saíram em tiragem reduzida e numerada exclusivamente na Europa. Esses livros, agora relançados em uma caixa – Lendas, crenças e talismãs dos índios do Amazonas e Algumas vistas de Paris (Imprensa Oficial, 96 e 48 págs., respectivamente, R$ 150) –, trazem os volumes fac-similares acompanhados por suplementos com a tradução de Regina Salgado Campos e apresentação do professor de literatura Jorge Schwartz, professor convidado de universidades prestigiadas, como Texas, Córdoba, Yale, de La República (Uruguai) e NYU.

Schwartz é curador da exposição Do Amazonas a Paris: as lendas indígenas de Vicente do Rego Monteiro, em cartaz na Estação Pinacoteca paulistana e que deverá ser aberta em 18 de janeiro na Maison de l”Amerique Latine, em Paris, devendo se estender até 20 de fevereiro. A exposição de 12 painéis com imagens das aquarelas que inspiraram a obra gráfica dos livros citados marca o lançamento da caixa na França. Quelques visages… (Algumas vistas…) traz imagens de logradouros célebres, como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Catedral de Notre-Dame. Tiragem inicial de 300 exemplares. Legendes, croyances… (lendas, crenças…) tem suas histórias enriquecidas por ilustrações de inspiração indígena como Mani-oca (casa de Mani) nesta página. Tiragem inicial de 600 exemplares.