300 mil crianças em Gaza correm risco de desnutrição grave

GENEBRA, 12 AGO (ANSA) – A desnutrição aguda tem disparado na Faixa de Gaza, com mais de 300 mil crianças em “risco grave”, afirma o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas.   

Além da fome, a população local também sofre com a falta de tratamentos médicos, devido ao “controle de Israel” em liberar a entrada de medicamentos no território palestino, denuncia a Organização Mundial de Saúde (OMS).   

Os dados do PAM surgem após um alerta recente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) de que “apenas 1,5% das terras aráveis do enclave estão atualmente disponíveis para cultivos” e que “12,4% das terras cultiváveis, embora intactas, não são acessíveis devido às zonas proibidas”.   

“Para evitar mais sofrimento, precisamos priorizar o acesso humanitário urgente e investir na restauração dos sistemas de produção agroalimentar, mercados e infraestrutura locais de Gaza. Isso inclui a recuperação do acesso seguro às terras agrícolas e a reabilitação de terras e ativos danificados pelo conflito”, reforçou Rein Paulsen, diretor de Emergências e Resiliência da FAO, em comunicado publicado no site da organização.   

Apelo semelhante foi feito nesta terça-feira (12) pela OMS, que pediu a Israel para “agilizar os procedimentos de triagem para ajuda humanitária destinada a Gaza, onde a situação humanitária continua catastrófica”.   

Segundo denúncia do responsável da OMS para a Palestina Ocupada, Rik Peeperkorn, há “produtos médicos que ainda são recusados” para entrar no enclave, “impedindo o abastecimento de hospitais, ainda que parcialmente”.   

“Precisamos conseguir deixar entrar [em Gaza] todos os medicamentos e suprimentos médicos essenciais”, afirmou Peeperkorn, em meio ao controle israelense para o acesso de alimentos, remédios e demais suprimentos de ajuda humanitária à população palestina. (ANSA).