Assista ao vídeo com cenas do trailer de “Giovanni Improtta” e de outros filmes protagonizados por José Wilker:

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O enredo gira em torno de uma mãe sofrida e da luta cotidiana de seus inúmeros filhos, mas é ele, um bicheiro bem-humorado, quem faz mais sucesso e rouba a cena. Em outra novela que trata de amores e crimes, um híbrido de mordomo gay, cabeleireiro e bajulador da vilã é quem conquista o público. Em ambos os casos, os personagens saltaram das telenovelas originais em que nasceram e se tornaram protagonistas de filmes – ou seja, os donos da história. A tendência é nova no Brasil, mas nos EUA é conhecida como “spin off” (algo que deriva de outra coisa). Define empresas de tecnologia que geram filhotes ou longas e séries televisivas com protagonistas migrados de outras produções. Sintonizado com o fenômeno, o Brasil aposta no filão com dois títulos: “Giovanni Improtta”, em cartaz, e “Crô”, cujas filmagens começaram na semana passada.

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NO CENTRO DA TELA
José Wilker no filme "Giovanni Improtta" (acima) e Marcelo Serrado
como "Crô": carisma para comandar um enredo independente

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“Giovanni Improtta” tem o mesmo nome do bicheiro carioca que ficou famoso em “Senhora do Destino”, novela de Aguinaldo Silva exibida pela Rede Globo entre 2004 e 2005. Contribuiu para o seu carisma a inspirada interpretação de José Wilker que, naturalmente, assumiu o papel outra vez. O ator assina a sua primeira direção em cinema e equilibra a comédia e a crônica social ao mostrar as agruras do contraventor que tenta legalizar o jogo e se aliar a um político evangélico. Aos 66 anos, Wilker diz que o seu objetivo é flagrar o novo momento do País e destacar a emergência de sua nova classe média, ávida por inserção: “Giovanni pertence ao grupo de pessoas que adquiriram mais poder econômico e ainda assim são vistas com preconceito pela sociedade tradicional”, diz ele.

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Vivido por Marcelo Serrado, há dois anos Crô ajudou a elevar o ibope da novela “Fina Estampa”, também de Aguinaldo Silva. Sua atuação impressionou o cineasta Bruno Barreto, que volta e meia se dedica à comédia e vai dirigir “Crô”. “Ele foi o personagem mais popular da tevê nos últimos anos, porque é como todos nós brasileiros: eufóricos e melancólicos ao mesmo tempo.” O produtor Augusto Casé vê o fenômeno com olhar positivo: “Essa parceria entre a tevê e o cinema não vai parar por aqui”. Ele contradiz, no entanto, a regra aceita de que o sucesso de um produto é garantia de que o mesmo aconteça com o “spin off”.
O perigo é modificar demais o original e acabar criando um Frankenstein.