Trinta e quatro por cento do eleitorado da cidade de São Paulo não sabe em quem votar ou prefere outros nomes, a abstenção ou as modalidades nulo e branco quando se depara com os candidatos que disputam o Palácio das Indústrias. Dos 66% que optaram por um nome, apenas 18,3% se identificam totalmente com seu candidato. “Um fato que chama a atenção é que, dos eleitores que têm candidato, 82% não se identificam com o escolhido. O índice de desencanto com os políticos em geral nunca foi tão alto entre os paulistanos, que não se sentem representados por essa categoria”, afirmou o diretor-presidente do Instituto Brasmarket, Ronald Kuntz. Talvez por isso, uma das perguntas feitas tenha revelado algo surpreendente: o de que 21,9% dos entrevistados apoiam a extrema esquerda e a luta armada como forma de resolver seus problemas. “A maioria, 75,7%, ainda aposta na via eleitoral e na democracia como forma de melhorar a sociedade, mas um em cada cinco paulistanos já defende a luta armada”, constatou. O apoio à extrema direita, através das armas, contou com apoio de 2,4%. Um dos maiores trunfos da candidatura de Marta Suplicy, segundo os petistas, era o fato de a ex-deputada federal conseguir atrair o apoio de um eleitorado que tradicionalmente não vota no PT. No entanto, a última pesquisa Brasmarket, realizada entre os dias 12 e 19, com cinco mil entrevistados, mostrou que Marta vem perdendo essa vantagem. Ela caiu seis pontos, comparado à pesquisa anterior, feita entre 29 de maio e 6 de junho. Passou de 30,5% para 24,3%. “Marta está perdendo o eleitorado não-petista e está se igualando ao apoio que o PT tem, que é de pouco mais 22%”, explicou Kuntz. Outro candidato que caiu foi o senador Romeu Tuma (PFL), o quinto lugar do ranking. Antes tinha 6,5% das intenções de voto e hoje não passa de 2,8%. “Ele foi atingido pelas denúncias do caso do TRT de São Paulo”, observou Kuntz. A margem de erro da pesquisa é de 2%. Os demais candidatos não sofreram alterações significativas. Paulo Maluf (PPB), em segundo lugar na disputa, na avaliação anterior contava com 16,1% e agora tem 17,6%. Erundina, em terceiro, tinha 15,7% dos votos e agora está com 13,1%. O tucano Alckmin aparece em quarto com apenas 3,5% das intenções.