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Aos poucos, os campeões estaduais de 2013 vão se definindo em todo o Brasil. No Rio de Janeiro, o Botafogo conquistou seu 20º título estadual, o terceiro neste século e o primeiro depois da chegada do craque holandês Seedorf. Como não tem muitas conquistas nacionais (foi campeão brasileiro em 1968 e 1995), o Campeonato Carioca é importante para o Botafogo. O mesmo não se pode dizer do Campeonato Gaúcho para o Internacional, que acaba de se sagrar tricampeão com a conquista do seu 42º título estadual. Ao contrário do Botafogo, o Inter tem um currículo cheio de conquistas importantes — foi campeão brasileiro em 1975, 1976 e 1979, ganhou a Copa Libertadores em 2006 e 2010, levantou a Copa Sul-americana em 2008 e foi campeão mundial de clubes da Fifa em 2006.

Outrora badalado como um campeonato tão difícil quanto o Brasileiro, o Paulista terá dois alvinegros na decisão: Santos e Corinthians, que não fizeram grande esforço para chegar às finais. Para além de uma fórmula de disputa enfadonha, com 19 rodadas de pouca importância, o ex-Paulistão, atual Paulistinha, só serve mesmo para as estatísticas, pois ninguém mais vai comemorar esse título na Avenida Paulista, como ocorria até o final dos anos 80.

Às estatísticas, portanto. Primeiro o Santos.

Se conquistar esse Paulistinha, será o quarto título seguido do alvinegro praiano, um tetracampeonato que nunca existiu na história, nem mesmo na era Pelé. Esse triunfo marcará os anos Neymar como gloriosos, pois desde que o camisa 11 despontou, em 2009, o Santos nunca deixou de ir à decisão do estadual, numa sequência de cinco finais consecutivas. Além de conquistar seu 21º título paulista, o Santos marcará nada menos de seis conquistas nos últimos oito anos. Nesse período também ganhou a Copa do Brasil em 2010 e a Copa Libertadores em 2011. Quanto ao Brasileiro, o último troféu foi levantado em 2004 — ele que foi campeão nacional nada menos de oito vezes.

E o Corinthians?

Para o Timão, o título estadual será sua 27ª conquista — ele que é o líder de títulos paulistas. O último foi sobre o próprio Santos, em 2009, com grandes atuações de Ronaldo. Como seus mais próximos seguidores (Palmeiras e São Paulo) têm 22 conquistas cada um, o Paulistinha deste ano não tem grande valor na história corintiana. Afinal, suas maiores proezas foram recentes: campeão mundial de clubes da Fifa em 2000 e 2012, campeão da Libertadores em 2012, campeão brasileiro em 2011 (pela quinta vez) e campeão da Copa do Brasil em 2009 (pela terceira vez). O Corinthians nem sempre tem o melhor futebol, ou o mais vistoso, mas sem dúvida é o time brasileiro mais eficiente dos últimos anos — especialmente pelas táticas do técnico Tite, que o tornou muito difícil de ser batido.

Para o Corinthians, os dois jogos contra o Santos servirão para tentar impedir o inédito tetracampeonato do rival e também para entrar embalado no jogo decisivo contra o Boca Juniors, dia 15, no Pacaembu, pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América.

E assim seguem os campeonatos estaduais, cada vez mais desinteressantes em todo o Brasil. Eles fazem parte de outro mundo, um mundo que não existe mais. Hoje, com os salários altíssimos de técnicos e jogadores, com o crescimento do marketing esportivo e com a necessidade de expor as marcas e patrocinadores cada vez mais longe, os quatro meses de disputa dos estaduais levam a quase nada.

Já passou da hora de se pensar em algum tipo de premiação para cada campeão estadual, quem sabe classificando os vencedores para um torneio mata-mata de duas semanas, num único Estado, que desse uma vaga na Libertadores. Voltarei ao tema.