Sucessão paulista ficará com Lula

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Lula terá a palavra final na escolha do candidato do PT para enfrentar Geraldo Alckmin em 2014, na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. A disputa continua encalacrada, ainda que Aloizio Mercadante tenha resolvido ficar em Brasília. Entre os nomes possíveis, nenhum conseguiu exibir, até agora, um perfil de concorrente imbatível. Os ministros Alexandre Padilha e José Eduardo Cardozo respondem por áreas – saúde e segurança – que o eleitor considera prioridade, mas não têm um sucesso espetacular para mostrar, dizem as pesquisas. Outros nomes são Guido Mantega, ministro da Fazenda, e Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo.

Suplicy será rebaixado
Lula tentará convencer Eduardo Suplicy a desistir de renovar o mandato como senador para puxar pelo menos 300 mil votos como candidato à Câmara. Os petistas se irritam com o que chamam de comportamento individualista de Suplicy. Lula tentará mostrar ao ­senador que ele pode ter um grande papel na ­Câmara, onde a bancada paulista tem poucos nomes de peso.

Tucanos e banqueiros
Ao estudar a Medida Provisória 608, que trata de bancos, assessores do Congresso descobriram espaço para elevar em 5% os tributos sobre lucros pagos pelas instituições. Com o relator Cássio Cunha Lima e o revisor Alfredo Kaefer, o PSDB terá peso decisivo nos debates.

Da Câmara para o governo
Presidente da Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves prepara terreno para se lançar ao governo do Rio Grande do Norte em 2014. Ele diz que a eleição é questão de honra familiar. Governador, o pai de Henrique Alves foi cassado pelo regime militar, com base no AI-5.

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Dedo no TCU
O TCU debate a privatização dos portos há um ano. A denúncia de que portos privados operavam como públicos levou o ministro-relator Raimundo Carreiro a emitir parecer contrário à privatização. Após intervenção da ministra Gleisi Hof­fmann, Carreiro mudou o voto e adiou a votação.

Devo, não nego
Assediado por agricultores que cobravam a renegociação de dívidas com o Banco do Brasil e com o Banco do Nordeste, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, tirou o corpo. Disse que a solução depende da equipe econômica do governo, que não está com boa vontade.

Falta de educação em Goiás
Empresários com negócios com a Secretaria de Educação de Goiás estão preocupados. Há dias ninguém consegue falar nem com o secretário Tiago Peixoto, muito menos com qualquer membro de seu gabinete. Ligações e recados não têm retorno. É como se
a secretaria tivesse ­entrado em recesso.

Janot é o novo PGR
Primeiro classificado na lista tríplice do MP, Rodrigo Janot já foi escolhido por Dilma Rousseff para o cargo de procurador-geral da República. Responsável pela recondução de Roberto Gurgel ao cargo, em 2011, Dilma considera que esse foi um dos erros de seu governo. Janot só não toma posse em caso de acidente.

Venezuela terá UPPs
Convencido de que Nicolás Maduro terá um início de mandato dificílimo, o Planalto quer ajudar o novo presidente da Venezuela a enfrentar a falta de segurança nas favelas de Caracas, maior tragédia do país. Os dois governos já acertaram programas de cooperação, a começar pela criação de versões locais das Unidades Pacificadoras, UPPs, que afastaram o crime organizado das principais favelas do Rio de Janeiro. Numa fase inicial dos trabalhos, o governo venezuelano irá enviar policiais e assistentes sociais ao País, enquanto técnicos brasileiros serão enviados a Caracas.

Duas faces da seca
A tragédia da seca nordestina, que entra no segundo ano, levou o governo a mapear os agricultores arruinados e identificar prejuízos para pagar indenizações iguais às de todo fazendeiro que perde a safra. O consolo de Brasília é que o maior centro da seca fica no agreste pernambucano, desgraça que deve manter o governador Eduardo Campos ocupado com seu Estado natal pelos próximos meses.

Toma lá dá cá

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Rodrigo Rollemberg, líder do PSB no Senado

ISTOÉ –  O PSB virou oposição?
Rollemberg – Não é assim. Defendemos bandeiras democráticas, como a liberdade para novos partidos, o respeito ao STF e ao Ministério Público.

ISTOÉ – Mas vocês contrariam a base do governo…
Rollemberg – Infelizmente, setores do PT e do próprio governo têm manifestado um viés perigosamente autoritário. Mas temos nossa posição.

ISTOÉ – Como manter uma aliança quando há divergências tão grandes de agenda?
 Rollemberg – Não há divergência de agenda. Concordamos com a condução do governo e das políticas públicas, mas acreditamos na crítica construtiva e sabemos que é necessário avançar em alguns pontos.

Rápidas
* Advogados dos condenados do mensalão foram atropelados pela juventude petista que acionou a Corte Interamericana de Direitos Humanos. O time adulto aguarda pelo julgamento dos recursos para entrar com ação, que virá assinada por grandes nomes.

* A campanha presidencial de Eduardo Campos não começou, mas a equipe de marketing de seus sonhos, formada por Duda Mendonça e o sociólogo Antonio Lavareda, dá sinais de estranhamento.

* A Polícia Federal investiga o prefeito de Paulínia, José Pavan Júnior (PSB), acusado de fraude no Instituto de Previdência municipal. O Ministério Público acusa o prefeito de ter exigido que a Pauliprev aplicasse R$ 268 milhões na NSG Capital.

* Cada vez mais desanimado com a atividade parlamentar, o deputado Tiririca resolveu fazer um levantamento para saber quantos ciganos existem no País. Já pediu informações ao IBGE.

Retrato falado

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“Meu advogado pediu acesso aos autos do processo para estudar detalhadamente. Não posso acusar ninguém. Mas é a PEC 37”

Logo depois de relatar a PEC 37 – que tira poderes do Ministério Público – na Comissão de Constituição e Justiça, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) recebeu uma notificação da Procuradoria-Geral da República sobre investigação contra um assessor acusado
de participar de um esquema de bingos.

Tensão com Buenos Aires

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Em seu último encontro, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner conversaram a sós por duas horas. Com a economia no despenhadeiro e o dólar nas alturas, Cristina pediu ajuda. Dilma concordou, mas exigiu o fim definitivo dos truques de alfândega que impedem tantas exportações brasileiras de entrar na Argentina. A presidenta argentina concordou, mas Brasília prefere esperar para ver.

Pai e filho
A CGU está terminando auditoria em notas fiscais em Murici, Alagoas. A origem da investigação, iniciada a pedido de Gilmar Mendes, do STF, alimenta a tensão entre o STF e o Senado. O prefeito investigado é Renan Calheiros Filho, cujo pai é presidente do Senado.  

Fotos: EDU SARAIVA/FRAME/AE; Gabo Morales/Folhapress; Paulo de Araújo/CB; imago stock&people
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Isabelle Torres e Josie Jeronimo