Nova dobradinha
Não é à toa que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, anda calado. São os seus próprios colegas da Esplanada dos Ministérios que comentam: Malan já não dá mais o tom na área econômica. Quem decide e fala sobre política monetária, juros e o que interessa do dia-a-dia da economia é o presidente do Banco Central, Armínio Fraga. “Este sim tem brilho, tem estrela”, disse o presidente Fernando Henrique recentemente numa conversa reservada com três políticos. E, para cuidar do Mercosul Fernando Henrique não designou Malan. Escolheu o ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, que tem dado o tom da posição brasileira desde que só aceitou viajar à Argentina para tratar da encrenca sobre a taxação dos calçados brasileiros quando as restrições impostas pelos vizinhos foram suspensas. Agora só se fala nisso: a dobradinha Fraga-Tápias. “A política econômica já está mudando. Era natural que mudasse seu foco de comando. Só não vê quem não quer”, comenta um ministro de FHC.

Começou
Antônio Carlos Magalhães já tem site na Internet para sua corrida presidencial: www.acmpresidente.com.br. Juntou-se a Fernando Collor de Mello, cuja home page é www.collor2000.com.br. Mas ACM jura que não é coisa dele e que até contratou advogados para processarem o autor da campanha.

Acabou
Numa reunião com o coordenador político do governo, Aloysio Nunes Ferreira, e com o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, selou o destino de José Newton Mamede, candidato a diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs): “Olha, Inocêncio, não dá para ele assumir. Seu nome está inscrito na dívida ativa da União.” O líder do PFL respondeu: “Na verdade, o Mamede nem foi indicação minha. Ele é homem do PMDB. Eu só apoiei, mas pode tirar.”

“Com o dólar a R$ 2, não dá mais para baixar os juros. Paramos num pit stop”
Do economista Afonso Celso Pastore, que já pilotou o Banco Central

Excelentíssimo passageiro
Está num ato administrativo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel): presidente e membros do Conselho Diretor da agência devem ser chamados, nas solenidades, de “Vossa Excelência”. À semelhança de ministros, governadores, presidente e vice-presidente da República. Por essas e outras, o presidente da Anatel, Renato Guerreiro, anda tão por cima da carne-seca que ganhou o direito de viajar de avião, a serviço, na primeira classe ou na classe executiva. Foi o que ocorreu no último dia 16, no vôo 266 de São Paulo para Brasília.

Pisando alto
Deu no Diário Oficial. O governo de São Paulo acaba de comprar cinco helicópteros-esquilo sem licitação. Cada um deles custou mais de R$ 3 milhões. Não é nada, não é nada, trata-se de um gasto total que passa dos R$ 15 milhões. Tudo bem que a situação de segurança no Estado está crítica, mas há quem diga que existem aparelhos similares mais baratos na praça.

Rápidas

  • Não é brincadeira. Itamar Franco voltou da França disposto a abrir uma representação de Minas Gerais em Paris. Será a Embaixada de Minas, para compensar as dificuldades comerciais com os EUA.
  • O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, já decidiu acabar com a praga do amianto nas caixas-d’águas brasileiras. Dará um prazo de cinco anos para as indústrias se adaptarem às novas regras.
  • O presidente da Companhia Docas do Rio, Airton Xavier, está com a cabeça a prêmio. Os tucanos do Estado exigiram sua saída. Enfraquecido, o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, aceitou.