Para os franceses, Coco Chanel (1883-1971) era o símbolo da mulher perseverante, a coquete que alcançou o sucesso graças ao seu talento para lidar com agulhas, tecidos e homens certos nos momentos certos. Mas foi nos Estados Unidos que seu nome ganhou status de mito a ponto de os americanos apelidarem de Ford o até hoje usado e abusado “pretinho básico”, criado por ela em 1926. Não é de se estranhar, então, que uma jornalista americana, Janet Wallach, seja a autora da biografia Chanel – seu estilo e sua vida (Mandarim, 196 págs., R$ 29), repleta de fotografias e fofocas, sobre a mulher que, apesar de miúda e não muito bonita, se tornou sinônimo de sedução e elegância.

Nascida em Saumur, Gabrielle Chanel foi balconista, costureira de fardas e garçonete, período em que, por cantar muito mal, ganhou o apelido Qui qu’a vu Coco? (quem viu Coco?), uma cançoneta sobre um cachorrinho perdido. Chanel teve uma vida agitadíssima. Conviveu com personalidades famosas. Teve paixões fulminantes. Revolucionou a moda feminina inventando os tailleurs, as calças compridas, as bijuterias, os perfumes industrializados, as bolsas a tiracolo, as padronagens exóticas e as top models. Se não fosse por Chanel, é provável que as mulheres ainda estariam se debatendo com o conceito de elegância