Sua cabeça vale uma recompensa de US$ 10 mil. Você está em uma grande metrópole do mundo, somente com a roupa do corpo e pouco dinheiro. Não tem um teto para se abrigar e só sabe de uma coisa: tem que se esconder de um caçador profissional, que você não sabe quem é, durante 24 dias. Para piorar a situação, será obrigado a carregar grudado ao corpo um microfone, que transmitirá pela Internet tudo o que você disser, 24 horas por dia.

O que parece enredo de filme de ação, livro de aventura, game de computador ou até mesmo um pesadelo é um jogo bastante real organizado por uma empresa alemã, a ExtraMile AG, especializada em eventos. A primeira versão do RealityRun (algo como Corrida Real), como é chamada a brincadeira, começa em 1º de agosto em Berlim, na Alemanha. Até lá, é possível acessar o site www.realityrun.com e concorrer ao posto de fugitivo virtual, que passará a ser chamado de Reality Runner. Se vencer o pega-pega, ganha a recompensa e disputa a versão nova-iorquina da RealityRun, em 1º de agosto de 2001. Nessa ocasião, o valor da cabeça de cada procurado subirá para atrativos US$ 100 mil.

Mesmo quem não mora em Berlim pode participar do jogo e até vencê-lo. Para isso, basta dar via Internet uma dica que leve à captura do fugitivo para o Reality Hunter, um mercenário treinado para achar e resgatar soldados perdidos. Para facilitar a ação dos caçadores, o Reality Runner terá que realizar tarefas diárias que o obriguem a aparecer em público. “Serão 24 dias cheios de stress e desafios físicos pesados”, adianta Alan Wolan, porta-voz da organização do jogo. O site do jogo trará dicas sobre a identidade do fugitivo, transmitirá o sinal do microfone grudado em seu corpo e apresentará provas em foto e áudio de que as tarefas foram realizadas.

Quem preferir perseguir o fugitivo em pele e osso, sem sair do País, pode começar a trabalhar por isso. É só entrar no site do jogo e votar em alguma metrópole brasileira para as próximas versões. Aí, quem sabe, a caçada que saltou da ficção para a realidade venha a se desenrolar pelas praias do Rio, ladeiras de Salvador ou avenidas de São Paulo.