Num dos melhores momentos de Austin Powers – o agente “Bond” cama – cartaz nacional a partir de sexta-feira 8 –, o vilão Dr. Evil (Mike Myers) concorda em acompanhar seu filho revoltado, Scott (Seth Green), ao Ratinho local chamado Jerry Springer, que faz participação especial, no qual eles aparecem no quadro Meu pai é mau e quer dominar o mundo. Diante do cinismo dos meios de comunicação dos dias de hoje, sua maldade de bad boy não aumenta a audiência. Não é o que acontece, porém, com a série que chega ao seu segundo episódio, depois de Austin Powers 000 – um agente nada discreto, também dirigido por Jay Roach. Austin Powers, a sequência, entrou na lista dos campeões de bilheteria de 1999 nos Estados Unidos faturando US$ 205 milhões. No Brasil chega a 130 cinemas. Como acontece com todo fenômeno nas telas, paralelamente estão sendo lançados aqui bonecos dos principais personagens enquanto a trilha sonora, puxada por Beautiful stranger, de Madonna, galga as paradas mundiais.

Quando criou o personagem, Myers – que além de Powers encarna Dr. Evil e Igor Dão, um espião escocês, gordo e flatulento – queria brincar com o fato de os anos 90 parecerem caretas diante daqueles vividos três décadas atrás pela geração do sexo, drogas e rock’n’roll. Seu herói é um dublê de espião e fotógrafo da moda da swingin’ London dos anos 60, que foi congelado para reaparecer na atualidade com o mesmo espírito de paz e amor. Agora, Austin faz o percurso contrário. É arremessado àquele período festivo atrás da sua libido perdida, o tal mojo roubado pelo infame Dr. Evil, que o precede na viagem pelo tempo.

O elenco que tem Mindy Sterling fazendo Frau Farbissina, a nazista intolerante, e Robert Wagner e Rob Lowe, que se revezam na composição do Número Dois, ganhou duas grandes novidades. São as Powers girls Ivana Lana Cama (Kristen Johnson) e Felicity Façobem (Heather Graham), além do ator anão Verne J. Troyer fazendo Mini-Me, o clone malsucedido do Dr. Evil. Logo no início da aventura, Austin Powers fica cismado com a falta de lógica da história. Como alguém pode voltar para o ano de 1969, uma vez que permaneceu congelado durante 30 anos a partir de 1967? Seu protetor e mentor, Basil Exposition (Michael York), o tranquiliza. “Isso não importa, Austin, apenas relaxe e aproveite.” O que acaba valendo também para o espectador.


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