A trilogia “Homem de Ferro” é um dos trabalhos que ajudaram a reerguer a carreira de Robert Downey Junior. O ator ficou longe das grandes produções devido a problemas com drogas. Conheça outros filmes que fizeram o astro renascer:

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Assista ao trailer:

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Garantia de bilheterias explosivas, a nova aventura da franquia “Homem de Ferro”, que nas vezes anteriores faturou US$ 1,2 bilhão, chega aos cinemas na sexta-feira 26 – e vem com marketing certeiro para aumentar ainda mais os lucros da Marvel, detentora dos direitos do herói vestido com armaduras high tech. A ocupação das salas será massiva. Menos na China. Não que o gigante asiático tenha impedido o blockbuster de estrear em seus multiplexes. Numa estratégia inédita da Disney, dona atual do acervo da Marvel, a superprodução só será conhecida naquele país depois de ser exibida no resto do mundo. E com uma grande diferença: terá mais que os 130 minutos previstos, com cenas adicionais passadas em Pequim e participação de uma série de estrelas locais. Essa espécie de “versão customizada”, anunciada na semana passada e feita sob medida para o gosto dos espectadores chineses, abre uma nova era de divulgação de filmes em mercados especiais.

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QUEDA LIVRE
Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) após
um ataque terrorista: amigo em Pequim

 

Outros estúdios entraram no negócio, como a Paramount: ela informou que o filme “Guerra Mundial Z” será alterado para não ter problemas com a censura chinesa. O início da ficção científica protagonizada por Brad Pitt foi mudado a toque de caixa porque a epidemia de zumbis de que trata o enredo tinha como foco de origem as regiões vizinhas da Grande Muralha – o mais provável novo berço da pandemia de mortos-vivos será a Rússia.

Uma das mais caras coproduções sino-americanas, com orçamento de US$ 200 milhões, “Homem de Ferro 3” começou a ser preparado com tempero agridoce em maio do ano passado. A primeira pitada de açúcar se deu no enredo: após sofrer um ataque em sua maravilhosa mansão em Malibu, na Califórnia, o milionário Tony Stark vai para onde? Para a China, claro, encontrar o amigo Dr. Wu, vivido por Xueqi Wang, uma espécie de Tom Cruise local. A mulher do personagem é interpretada por outra estrela, Bingbing Fan, já escalada para o novo título da saga “X-Men”, previsto para 2014. A utilização de astros de olhos puxados deveria ter se estendido ao vilão da história, Mandarim. Ele comanda uma rede terrorista chamada Dez Anéis e, no quadrinho original, tem ares imperiais. Mas ator chinês no papel de bandido nem pensar. O toque ácido da receita foi dar uma ascendência misteriosa ao criminoso, cuja única relação com a cultura oriental se limitou ao gosto pelas lutas marciais e dinastias milenares. Para não deixar qualquer dúvida, o papel ficou nas mãos de Ben Kingsley, inglês de origem indiana.

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Ajustes em filmes americanos, feitos com a intenção de passar pelo aval do governo chinês, são comuns desde que o país abriu seu mercado para a produção estrangeira. Mas antes isso acontecia por imposição. Entre os blockbusters que tiveram cenas cortadas estão “Titanic 3D” (a nudez de Kate Winslet) e “MIB – Homens de Preto 3” (ETs orientais drogados).Agora, as alterações estão sendo antecipadas e visam a agradar ao máximo. Essa é uma mudança e tanto. Só falta Hollywood vestir Angelina Jolie de burca para ganhar o público dos países árabes.