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Na última semana, intensificaram-se os protestos contra a presença do pastor-deputado Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Aproveitando, desta vez, a capilaridade e o poder de mobilização das redes sociais, atores, cantores, intelectuais, pessoas comuns e até brasileiros que moram fora do País se uniram para engrossar o coro pela saída do parlamentar. O mais recente manifesto inclui a divulgação de fotos pela internet em que as pessoas seguram cartazes com os dizeres “Feliciano não me representa”. Cada um expressando um motivo particular para justificar a afirmação, hoje já transformada num mantra nacional. O ator Cauã Reymond, da Rede Globo, escreveu: “Não importa o que sou. Feliciano não me representa.” Já um casal de mulheres aproveitou o protesto para anunciar o futuro enlace: “Somos lésbicas, vamos casar e Feliciano não nos representa.”

A nova onda de protestos foi motivada pela divulgação de dois vídeos nos quais o pastor-deputado comenta as mortes do ex-beatle John Lennon e dos cantores da banda Mamonas Assassinas. Segundo Feliciano, Lennon teria morrido porque os Beatles afrontaram Deus. “Eles disseram que os Beatles eram mais populares do que Jesus Cristo. Ninguém afronta Deus e sobrevive para debochar”, diz Feliciano. Em outro vídeo, o parlamentar também atribui o trágico acidente aéreo envolvendo os integrantes do grupo Mamonas Assassinas à vontade de Deus. Para o pastor, as músicas da banda eram inadequadas: “Um anjo pôs o dedo no manche e Deus fulminou aqueles que tentaram colocar palavras torpes na boca das nossas crianças”, disse. A despeito do clamor das ruas por sua renúncia da Comissão de Direitos Humanos, o parlamentar tem feito ouvidos moucos e agarra-se cada vez mais ao cargo. Sem alternativas, só resta aos parlamentares tentar uma saída política. “Temos que buscar uma recomposição civilizada”, defende o deputado Nilmário Miranda (PT-MG). 


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