Confira, em vídeo, as estratégias utilizadas por Hollywood para conquistar os brasileiros:

IstoE_Brics_255.jpg

 

Assista ao trailer de "Elysium":

elisyum_site.jpg

 

 

Tom Cruise, o astro mais bem pago do mundo, com salário de US$ 75 milhões, esteve pela quarta vez no Rio de Janeiro, agora para promover a ficção científica “Oblivion”, em cartaz desde a sexta-feira 12. Suas visitas frequentes surtem efeito: cada vez que ele faz isso, seus filmes rendem mais por aqui. Mas o ator não anda se ocupando de turnês pelo mundo afora. Ele volta sempre porque o nosso mercado cresceu. Um relatório recente da MPAA (Associação Cinematográfica Americana, na sigla em inglês) aponta que os BRICS (grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão ajudando a manter Hollywood de pé diante dos altos custos dos efeitos especiais, das caras campanhas promocionais e, claro, dos cachês estratosféricos como o de Cruise. O crescimento das bilheterias no Brasil, na China e na Rússia impulsionou o faturamento internacional do cinema americano em 6%. “Como o País ganhou importância no mercado mundial, a presença dos atores americanos aumentou”, diz Cesar Silva, diretor-geral da filial da Paramount Pictures, responsável pelo lançamento de “Oblivion”.

Pic_Cultura_abre.jpg
PARCERIA
Wagner Moura e Matt Damon em "Elysium":
o papel do brasileiro vai atrair o público nacional

A estratégia está se tornando uma regra, como prova a chegada da atriz Halle Berry para badalar o seu novo trabalho, “Chamada de Emergência”. “O cinema acompanha a economia mundial. Depois da crise de 2008, o País se tornou um mercado fundamental”, afirma Marco Aurélio Marcondes, diretor da distribuidora Diamonds Brasil, que traz a estrela.

O gasto compensa: responde por um aumento de público de até 25%. Há quatro anos, quando Cruise veio lançar “Operação Valquíria”, a produção ia mal de bilheteria. Não se deu o mesmo aqui, onde estreou em primeiro lugar, com renda de R$ 2,4 milhões. “Há filmes hollywoodianos que, proporcionalmente, se saem melhor no mercado internacional”, afirma Pedro Butcher, editor do portal FilmeB, especializado na indústria cinematográfica. Ele cita como exemplo a aventura “João e Maria – Caçadores de Bruxas”, que faturou US$ 55 milhões nos cinemas americanos e US$ 25 milhões no País. É o maior faturamento fora dos EUA.

CULTURA-01-IE-2265.jpg
LUCRO
Tom Cruise em "Oblivion" (acima) e Vin Diesel (abaixo) em "Velozes e Furiosos 5":
vir ao Brasil ou filmar aqui aumenta as bilheterias

CULTURA-3-IE-2265.jpg

O peso recente do mercado dos BRICS para Hollywood comporta outras estratégias, como rodar os próprios filmes nessas nações e, assim, gerar ainda mais o interesse das plateias locais. Nos últimos anos, foram três superproduções filmadas no Brasil: “Os Mercenários”, com Sylvester Stallone, “Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio”, com Vin Diesel, e a primeira parte de “Crepúsculo – Amanhecer”, com Robert Pattinson e Kristen Stewart, que faturou US$ 32 milhões nos cinemas brasileiros, a terceira maior bilheteria internacional. “O fato de terem rodado aqui foi fundamental. Poderiam ter feito as cenas em qualquer praia em Miami”, diz Marcio Fraccaroli, diretor da Paris Filmes, que lançou o blockbuster. Isso vem se repetindo com os outros BRICS. Basta listar as produções com alguma sequência passada na Rússia. Depois de “A Supremacia Bourne” e de “Missão Impossível – Protocolo Fantasma”, que traz uma espetacular explosão do Kremlin, está sendo rodado em Moscou “Jack Ryan”, mais um episódio de “Caçada ao Outubro Vermelho”, com Chris Pine.

CULTURA-02-IE.jpg
FENÔMENO
O filme "João e Maria – Caçadores de Bruxas" faturou US$ 25 milhões no país.
É a maior prova da força do mercado nacional hoje

O movimento oposto surte efeito semelhante nas bilheterias e não é um acaso o fato de atores nacionais serem cada vez mais convidados a trabalhar em Hollywood – e com a vantagem de não fazerem mais papéis de chicanos. Exemplo recente é o de Wagner Moura, escalado para o vilão de “Elysium”, produção de US$ 120 milhões que traz também Alice Braga. Nos retoques finais de “Robocop” (US$ 140 milhões), o diretor José Padilha está negociando um novo thriller, pela Warner: “The Brotherhoods”, sobre detetives corruptos que trabalham para a máfia em Nova York. Além de terem o talento reconhecido, os brasilerios se alinham na nova tropa de elite de Hollywood.

IEpag103a105Cultura-3.jpg