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Os Estados Unidos nunca irão aceitar a Coreia do Norte como uma potência nuclear e defenderá a Coreia do Sul se necessário, afirmou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, após se reunir com o seu homólogo sul-coreano nesta sexta-feira. "Estamos todos unidos no fato de que a Coreia do Norte não será aceita como uma potência nuclear", disse Kerry em entrevista coletiva.

Em meio à alta tensão provocada pelas declarações e ameaças belicistas norte-coreanas, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, chegou nesta sexta-feira à Coreia do Sul para se reunir com autoridades do país. O avião do secretário de Estado americano pousou em um aeroporto militar na cidade de Seongnam, na região metropolitana da capital Seul. 
 
Durante a entrevista após encontro com o chanceler sul-coreano, Yun Byung-se, Kerry afirmou que o regime de Pyongyang deve acabar com suas "inaceitáveis" ameaças. "A retórica que estamos escutando de lá é inaceitável de qualquer ponto de vista", disse o secretário de Estado americano.
 
Segundo o secretário de Estado, a Coreia do Norte cometeria um "grande erro" se lançasse um de seus mísseis de médio alcance durante o impasse atual entre o país, os Estados Unidos e a Coreia do Sul. 
 
"Se Kim Jong-Un decidir lançar um míssil, seja sobre o mar do Japão ou em qualquer outra direção, estará escolhendo obstinadamente ignorar toda a comunidade internacional", disse Kerry. "Será um grande erro de sua parte, já que isolará ainda mais o país", disse Kerry, acrescentando que os norte-coreanos querem alimentos, não um "líder que mostre seus músculos".
 
"Kim Jong-un precisa entender, como eu acho que ele provavelmente entende, qual seria o resultado de um conflito", acresentou Kerry. "Nossa esperança é de que possamos voltar às negociações".
 
Apesar de afirmar quqe os EUA defenderão seus aliados se for necessário, Kerry disse que o "verdadeiro objetivo" neste impasse é a aposta pela paz. "Todos devemos insistir na paz, nas possibilidades de reunificação e em um futuro muito diferente para as pessoas da República de Coreia e principalmente da Coreia do Norte", explicou Kerry.
 
Kerry, que realiza sua primeira visita à Coreia do Sul como chanceler, também viajará nos próximos dias à China e ao Japão em uma aparente tentativa de obter compromissos para pressionar Pyongyang a fim de abandonar suas hostilidades e garantir a estabilidade na península coreana.
 
O secretário de Estado americano abordará hoje com seu colega sul-coreano, Yun Byung-se, com quem já se reuniu em Washington no início do mês, a situação de crise atual na península coreana, e também manterá um breve encontro com a presidente do país, Park Geun-hye.
 
Espera-se que Kerry pressione a Coreia do Norte a abandonar suas hostilidades, enquanto tentará fazer com que a China, tradicional aliada de Pyongyang, exerça influência sobre seu parceiro comunista para acalmar a tensão.
 
Nessa quinta-feira, o Pentágono chegou a afirmar que não acredita que Pyonyang tenha desenvolvido capacidade para montar e lançar um míssil nuclear, depois que um congressista americano revelou que a inteligência do Departamento de Defesa tinha uma "confiança moderada" nessa possibilidade.
 
"Seria impreciso sugerir que o regime norte-coreano provou completamente, desenvolvido ou demonstrado o tipo de capacidades nucleares mencionadas no extrato (do relatório)", disse o porta-voz do Pentágono, George Little, em comunicado.
 
Em uma audiência no Comitê de Forças Armadas da Câmara dos Representantes (Deputados), o representante republicano Doug Lamborn leu um extrato de um relatório classificado (sigiloso) realizado pela Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês) e distribuído a membros do Governo e congressistas sobre o potencial risco nuclear da Coreia do Norte.
 
O extrato, que está desclassificado, assinalava que a DIA "acredita com confiança moderada que a Coreia do Norte pode transferir armas nucleares em mísseis balísticos, embora sua confiabilidade seria baixa", leu Lamborn.