Vem aí, para deleite dos trabalhadores, o tão esperado 13º salário. Nos dias 30 de novembro e 20 de dezembro, um total de R$ 12 bilhões, conforme estimativas do BankBoston, irá para o bolso dos empregados com registro em carteira. Muitos planejam usar o dinheiro para aquela compra adiada ao longo do ano. Mas, cuidado. Especialistas recomendam antes de mais nada utilizar o dinheiro para pagar dívidas, e o alerta faz sentido. “Muita gente aproveita a ocasião para contrair novas dívidas, o que é o pior uso que se pode fazer com o 13º”, declara Marcos Silvestre, economista-chefe do Forex, entidade especializada em orientação de finanças pessoais. A mania do brasileiro de se endividar é nociva sobretudo porque as taxas de juros continuam salgadas diante dos parâmetros mundiais. A média no cheque especial e no crédito rotativo dos cartões de crédito está em torno de 10% ao mês. De maneira que em sete meses uma dívida pode dobrar de valor. “A primeira medida a se fazer é tentar eliminar esses débitos pendentes”, ressalta Silvestre. Quem estiver com mais folga no bolso deve pensar em investir e garantir reservas para 2000. Isso porque a inflação corroeu os salários e o fantasma do desemprego continuará a rondar o País. Para a classe média, os atuais índices de inflação não captam aumentos elevados, como gastos com computador e celular, de maneira que sua renda pode ter sido diminuída em mais de 20% neste ano. Agora, quem não tiver dívidas complicadas e estiver com uma boa soma garantida no banco pode se dar ao prazer de gastar o 13º. Mas sempre com pagamentos à vista e reivindicando um desconto de ao menos 5%.

Dicas

 

  • Quem for guardar o 13º para despesas ao longo de 2000 deve optar por aplicações em fundos DI, mais conservadores, mas que acompanham a variação dos juros do BC. Para prazos mais longos, os fundos de renda fixa são mais versáteis. Ações é opção só para quem não precisar do dinheiro em pelo menos três anos.

     

  • Não esqueça que uma batelada de despesas o aguarda no início do ano que vem. São gastos com o IPVA do carro, que fica mais barato se pago à vista, material escolar para quem tem filhos etc. Mais motivos para não torrar o dinheiro nas compras.

    Frase

    “O pior é usar o dinheiro como entrada para mais dívidas”
    Marcos Silvestre, economista-chefe do Forex

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