O Manchester United foi o Palmeiras do Palmeiras na decisão do Mundial Interclubes. O futebol de resultados exibido pelos britânicos na terça-feira 30, em Tóquio, no Japão, parou o ataque verde e, numa das raras chances criadas, arrancou o gol do título. Essa mistura de retranca chique, cautela e frieza deverá ser seguida à risca no Campeonato Mundial Interclubes, no Brasil, entre 5 e 14 de janeiro. Dentro e fora de campo. Parece que os britânicos, inventores do futebol e dos violentos hooligans, estão com medo de vir ao Brasil. Uma matéria do tablóide inglês Evening Standard mostrou que o Ministério das Relações Exteriores britânico está preocupado com a possibilidade de jogadores e torcedores do Manchester serem sequestrados no Rio de Janeiro. “O campeonato vai tirar dos barracos um número maior de pessoas ligadas à criminalidade do que o normal, e isso aumentará os riscos”, disse um porta-voz do Ministério ao jornal inglês. O Manchester enfrentará, no Maracanã, o Necaxa, do México, o Vasco e o South Melbourne, da Austrália. No outro grupo, Corinthians, o espanhol Real Madrid, o Al Nasser, da Arábia Saudita, e um representante africano se enfrentarão no Morumbi, em São Paulo.

O mal-estar no Brasil foi inevitável. “Os ingleses não precisam se preocupar”, devolveu o secretário de Segurança do Estado do Rio, Josias Quintal, em uma nota. “Vamos montar uma estrutura especial para proteger os estrangeiros”, completou o secretário. A intenção é não deixar furos. O Brasil disputa com a Inglaterra a indicação para sediar a Copa de 2006 e qualquer problema durante o torneio poderá ser fatal. A notícia assustou o cônsul britânico Michel Holloway, no Rio. “A palavra sequestro jamais foi mencionada ou escrita. Isso apareceu em um jornal para chamar atenção. É importante que o Manchester e seus torcedores prestigiem o campeonato”, afirmou a ISTOÉ. O governo britânico dá conselhos para quem viaja ao Exterior. As recomendações sobre o Brasil praticamente se limitam ao Rio. “Não posso esconder que São Paulo e Rio possuem uma imagem complicada. A situação no Rio melhorou, mas a imprensa européia demorou a perceber”, analisa Holloway. A preocupação é real, apesar do discurso suave da diplomacia.


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