Até 1995, o acesso à Internet no Brasil era privilégio universitário. Mas, em julho daquele ano, o governo liberou seu uso e navegação. Num primeiro momento, muito pouca gente sabia qual a diferença entre e-mail e Web. Mas essa fase durou pouco. Quem começava a navegar na rede se rendia aos seus encantos interativos e alardeava aos quatro ventos as maravilhas daquele novo meio de comunicação. Isto fez com que, já no início de 1996, o número de internautas brasileiros começasse a crescer exponencialmente, bem como o interesse dos leitores por um admirável mundo novo de informação, compras e entretenimento digitais. Antenada nessa tendência, ISTOÉ tornou-se em abril de 1996 a primeira revista semanal brasileira a contar com uma editoria especializada na cobertura de temas ligados à ciência e à tecnologia. A inovação foi dupla, pois no dia 24 de abril entrava na rede ISTOÉ Online a primeira revista semanal de informação brasileira na Web.

Ambas as iniciativas se mostraram mais do que corretas. Passados três anos, a bola-de-neve tecnológica só ganhou momento e volume. Hoje, a Internet faz parte do cotidiano de oito milhões de brasileiros, navegando em casa ou no trabalho, pelo telefone ou pela tevê a cabo. Segundo a consultoria IDC, em 1999 os brasileiros comprarão US$ 140 milhões em produtos e serviços via Web. Milhares de empresas montaram seus sites e investem como loucas para participar do comércio eletrônico. Todo esse movimento abriu os olhos dos gigantes internacionais, caso da America Online, Yahoo!, Starmedia e Dell Computers, que desembarcaram em peso no País. É cada vez mais comum ver-se profissionais em São Paulo e no Rio de Janeiro sacando do bolso os seus computadores Palm para anotar um endereço ou telefone. E os telefones celulares, que tomaram o Brasil de assalto em 1998, começarão a exibir funções da Internet como e-mail, a navegação na Web e e-commerce.

O momento não podia ser melhor. A sua revista semanal de informação ousou novamente e fez uma edição especial para esmiuçar essa nova realidade. Em ISTOÉ digital (R$ 4,90), você vai conhecer um Mercedes conversível que não tem volante (é guiado com a ajuda de um joystick); robôs que fazem a aspiração do carpete; computadores que entendem a voz do dono e versões eletrônicas dos personagens Pokémon. Um guia para se aventurar sem medo na Internet, essa edição especial mostra os usos mais inovadores que a rede possibilita, como sites que, além de áudio e vídeo, transmitem aromas através dos ciberespaço.

Sim, a tecnologia não pára. Mas escrever sobre ela sem falar das pessoas engenhosas responsáveis pelo seu desenvolvimento seria o mesmo que colocar a máquina no lugar do homem. Para não incorrer nesse risco, ISTOÉ digital vem com uma galeria dos profissionais que se destacaram ao abraçar a Web e fazer dela o seu meio de ascensão ao sucesso e à fortuna. A começar pelo americano Michael Dell, o quinto homem mais rico do mundo e fundador da Dell Computers, que numa entrevista exclusiva fala da importância da Internet para o seu negócio.