Até quem tem uma memória privilegiada precisa daquele adereço charmoso e funcional que transforma os dias em páginas de compromissos. A chegada do ano 2000 estimulou as indústrias a investirem em agendas inusitadas, um arsenal para entrar em sintonia com o novo milênio. Vale tudo. Desde modelos feitos para combinar com a bolsa até aqueles conceituais, como os ecológicos, que fariam um belo par com a samambaia. As páginas podem ser fosforescentes, recicladas ou com reproduções de obras de arte. As capas vão da pele de zebra a líquidos plastificados. A variedade permite agradar a qualquer gosto e deixar da vovó ao sobrinho clubber de bem com seus horários.

Muitas lojas estão investindo na política da funcionalidade e oferecendo agendas de bolso, que algumas vezes cabem na palma da mão e não pesam quase nada. A megalivraria Fnac, de São Paulo, tem alguns modelos, como os de capa feita de corda e os de camurça com fecho de ímã. O MAM (Museu de Arte Moderna) apostou na sobriedade, com um modelo em couro vermelho. Se o negócio for começar o ano economizando, existem agendas a partir de R$ 12, como no caso da Linha da Terra, de papel reciclado e revestimento de tecido.

Na linha dos politicamente corretos existem vários modelos. A mais chamativa na categoria ecológica é a agenda The Amazon Rainforest Dia-ry 2000. Seu papel não passou pelo processo de branqueamento, ou seja, não levou cloro, substância altamente poluente. A capa é em couro vegetal e, além de poupar os animais, foi feita manualmente por seringueiros e índios do Acre e custa R$ 30. E se você é dos que gostam de lembrar que um dia ajudou alguém, comprar uma agenda da Adere (Associação para Desenvolvimento e Recuperação do Excepcional) pode ser recompensador.

Para quem pretende ser fashion até quando marca uma reunião, uma volta no shopping resolve o problema. A Iódice oferece uma agenda clean, toda branca. A Zoomp e a M. Officer apostaram na onda selvagem, com capas de peles de bicho. A Forum e a Triton investiram no miolo dando cor para as páginas. Os fluidos seduziram a Levi’s e a Dzarm com suas tecnoagendas, coloridas e com líquidos brilhantes moldando a capa. Mas, se a vontade é gastar, a marca Louis Vuitton tem um modelo de R$ 850, em que o holograma da capa brilha no escuro. Chama a atenção uma versão da mesma marca que fecha com um zíper, podendo até servir de carteira. Custa R$ 770. Como se vê, ninguém corre o risco de começar o ano colando post-it e espalhando bilhetinhos em tudo que é lugar.