Ficou mais constrangedora, na semana passada, a situação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em manter como seu secretário particular, o advogado Ricardo Salles. Motivo: Alckmin compareceu ao evento em que foi anunciada a digitalização de um milhão de documentos do período da ditadura militar. O problema é que ao seu lado estava o secretário que, certa vez, declarou no Clube Militar não ter certeza se “crimes ocorreram” na ditadura. A sua presença no evento do presente reacendeu a fala do passado – e o descontentamento dos familiares de desaparecidos políticos. Pode o governador sair-se bem dessa situação: é só ordenar a identificação das ossadas dos mortos pela ditadura, que foram enterrados clandestinamente no cemitério da cidade de Perus – elas foram localizadas há mais de duas décadas e estão abandonadas no IML de São Paulo. O IML é da competência de Alckmin e de seu secretário.