Confira trechos do curta “Predileção”, que ajudou o ator a conquistar os EUA, e de “Amor por Acaso”, seu primeiro filme estrangeiro:

IstoE_MarcioGarcia_255.jpg

 

chamada.jpg

O brasileiro Márcio Garcia é cineasta. Nada mais coerente, então, por estratégia ou acaso, que ele carregue em sua vida artística um efeito especial – fazer filme nos EUA. Embora lá ele seja apenas um jovem diretor a mais no mercado independente, isso deu-lhe fama no Brasil: aqui, Garcia é considerado um bem-sucedido profissional que conquistou Hollywood. Sua história teve também reviravoltas, pendulando entre o herói e o anti-herói, como se fosse ele próprio o personagem de um enredo. Fez sucesso na Rede Globo como ator, bandeou-se para a Rede Record porque queria arriscar a trilha de apresentador, mas retornou à Globo com a promessa de ganhar um programa somente seu. O sonho ficou no papel, nunca se concretizou, e foi aí que ele partiu para os EUA. Acertou. Agora, com o status de internacional, o cineasta lança aqui o seu segundo filme estrangeiro – e isso dá certo tom. Chama-se “Angie”, entra em cartaz na sexta-feira 12 e tem no elenco nomes de peso, como Camilla Belle, Andy Garcia, Juliette Lewis e as consagradas atrizes brasileiras Christiane Torloni e Carol Castro. “Angie” se passa em seis cidades dos EUA e em Vitória (ES). Detalhe: custou US$ 3 milhões, valor irrisório nos parâmetros do cinema americano, mas bem considerável no País.

01.jpg
DICAS
Andy Garcia quis saber tudo que o diretor fazia e deu palpites na área técnica

Valer-se da grife de cineasta que faz filme nos EUA não desmerece em nada o trabalho de Márcio Garcia – muito pelo contrário, não é nada fácil disputar na base do cotovelo um lugar entre os independentes. Há de se ter talento. Por outro lado, é claro que essa mesma grife sempre causa certo burburinho – afinal, para quem vinha se exibindo somente em pequenas participações na televisão brasileira, emplacar um filme hollywoodiano dá para si próprio e para os outros a sensação de vitória. O passaporte de Garcia para os estúdios de Los Angeles foi o curta-metragem “Predileção”, dirigido por ele em 2009, que trata de um mirabolante assalto a banco. Ganhou prêmios e, com a ajuda do produtor israelense Uri Singer, o diretor pisou o mercado internacional. “É ele quem tem todos os contatos nos EUA”, diz Garcia. “A dificuldade de captar recursos no Brasil me faz continuar filmando no Exterior.” O Garcia diretor agradece, no novo filme, ao Garcia ator os conselhos recebidos: “Ele participou de tudo”. “Angie” desembarca em 100 salas e, se fizer sucesso, o público brasileiro dirá que o Márcio Garcia daqui “chegou lá”. Mas o “chegar lá”, nos EUA, bem sabe o próprio cineasta, é um duro enredo.