O fim do PC barato
O mercado de informática vai ser mesmo cruel neste ano. A tendência de barateamento contínuo dos computadores foi definitivamente abalada com o custo maior de importação. Neste mês, a Compaq lança sua nova linha Presario, cuja unidade mais barata sairá por R$ 2,5 mil, contra os R$ 2 mil previstos antes de o dólar flutuar. A multinacional americana afirma que tem feito esforços para nacionalizar os componentes, mas a estratégia sofre dificuldades por causa do custo de internação de máquinas. Hoje, cerca de 80% dos componentes usados pela fábrica em Jaguariúna, no interior paulista, são importados. A filial brasileira da Compaq só acredita que em 1999 vai faturar mais que os R$ 713 milhões de 1998 por causa da venda de softwares corporativos e serviços de empresas recém-adquiridas, como a Digital. Os negócios com usuários domésticos tendem a representar cada vez menos.
László Varga

 

Holandês voador
O banco holandês ABN Amro anda preocupado com a má-fé alheia. Há seis meses, duas empresas fantasmas – Flash Cred Intermediações de Negócios Ltda. e SC Consultoria ABN Amro – começaram a vender, sem autorização, financiamentos do banco. Os falsários publicavam anúncios de crédito fácil nos jornais, com um telefone que caía em secretária eletrônica e um endereço falso. Deixados os recados, as empresas procuravam os clientes de volta, pegavam documentos e, pior, cheques pré-datados de garantia. Aí tentavam negociar com o banco. Se conseguissem o financiamento, repassariam o dinheiro ao cliente com altos juros de intermediação. Como não conseguiram, descontaram cheques e sumiram do mapa.

 

Os beijos que vendem mais
As senhoras de Santana, tradicional bairro de São Paulo, vão ficar escandalizadas. Mas a Close-Up lança neste domingo 14 uma campanha com dezenas de pessoas se abraçando e beijando. A Síndrome do Beijo faz parte da bem-sucedida estratégia da agência J. Walter Thompson para atrair clientes mais jovens. Graças a esse apelo sensual, a participação de mercado da pasta dental aumentou de 8% para 13,7% nos últimos cinco anos.

 

Para o gosto dos europeus
Conquistar mais empresários europeus é uma das metas da Agropalma, de Belém do Pará. A empresa produz óleo de dendê, sendo que o mais refinado é destinado às indústrias de margarinas e biscoitos e de cosméticos. As exportações para aqueles segmentos devem atingir três mil toneladas em 1999, contra as duas mil do ano passado. O reforço de vendas na Europa acontece na feira Biofach, entre os dias 18 e 22, em Nuremberg, na Alemanha.

  LINHA DE PRODUÇÃO
Aposta no café gelado
Apesar de as vendas do Mr. Brown Iced Coffee não terem decolado no Brasil, o empresário Chang Kai, da Brasfanta, investirá US$ 70 milhões para produzir no segundo semestre a bebida na fábrica de Caçapava (SP). A estimativa é de que as latas de café com leite gelado, hoje importadas de Taiwan, conquistem aos poucos gerações mais abertas a novidades. Presidente da Câmara Mundial de Comércio taiwanesa, Kai recebe neste fim de semana 400 empresários daquele país. Entre os projetos está o investimento de US$ 3 bilhões em um pólo industrial em São Paulo. A idéia é aguardar o fim da turbulência, mas os taiwaneses querem também se garantir em caso de invasão de sua ilha pela China.

  B Ô N U S
VEM AÍ De olho no mercado dos afro-brasileiros, a modelo Iman pretende trazer para o País sua linha de cosméticos, fabricados nos Estados Unidos. O projeto esbarra na desvalorização do real.

 

A CONTA O presidente da Fiesp, Horácio Piva, ácido crítico da política econômica, saiu de férias para Papua Nova Guiné antes da crise. Volta após o Carnaval, com saldo mais salgado no cartão.