Energia para a inflação
Fernando Henrique Cardoso inaugurou com pompa e circunstância o gasoduto Brasil-Bolívia, naterça-feira 9. Festejos daqui e dali, só era proibido falar de uma coisa: a obra foi pensada
na época do dólar barato. Já no dia da inauguração, o gás, que custará US$ 2,62 por milhão de unidades (BTUs) fornecidas, passou dos R$ 3,17 antes previstos, com o dólar a R$ 1,21, para R$ 4,98, contando-se a elevação do dólar para R$ 1,90. Um aumento de 57% no preço do produto que é base para a indústria. O mesmo problema está ocorrendo em Itaipu, onde o megawatt/hora subiria de R$ 21 para R$ 33, já que o contrato assinado com o Paraguai também é em dólar. Nesse caso, no entanto, o governo fechou um acordo provisório com a usina mantendo a cotação do dólar a R$ 1,55 até março ou abril. Mas o lobby em Brasília para aumentar as tarifas de energia está a todo vapor.

Pro bem da família
A Soprobem é uma espécie de LBA de Alagoas. Solteiro, o governador Ronaldo Lessa indicou para presidir a estatal sua mãe, que, por sua vez, colocou outros oito parentes no órgão. No total, Lessa já contabiliza cerca de 20 membros da família em cargos públicos. Só para o bem deles.

 

ACM: uma boa idéia
Em uma roda de conversa com senadores sobre parlamentarismo, o todo-poderoso presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, velho presidencialista, já encontrou argumento para mudar de posição: "Meu filho Luís Eduardo era um ardoroso defensor da idéia."

 

A dança das legendas
Foram os ministros Renan Calheiros e Eliseu Padilha que instruíram os deputados da Igreja Universal do Reino de Deus a entrarem no PL. O plano é depois formar um bloco PMDB-PL.

 

Só ficou a ralé
Bastou um encontro entre os presidentes do Tribunal de Justiça e da Assembléia Legislativa do Rio. E os deputados estaduais acertaram que vão retirar do fundo de previdência, proposto pelo governador Garotinho, os aposentados pela Justiça, pela Assembléia Legislativa e pelo Ministério Público. Sai o filé dos gastos do Estado com aposentadoria.

 R Á P I D A S

O ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, informa: não pensa em entregar o cobiçado comando dos Correios ao ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB).

As Forças Armadas agora também brigam pelo segundo escalão. A Marinha não abre mão de indicar o chefe do Estado-Maior da Defesa, uma espécie de secretário-executivo do ministro da Defesa.