A revista inglesa FourFourTwo divulgou recentemente o seu ranking com os 100 melhores jogadores do mundo. Por mundo, no caso, leia-se Europa, pois raramente a publicação coloca jogadores que atuam fora do Velho Mundo. Não foi diferente dessa vez, quando somente dois atletas que atuam no Brasil figuram na lista: Neymar (Santos) e Dedé (Vasco da Gama). Também é preciso considerar que os ingleses vêem o futebol de forma diferente dos brasileiros — eles valorizam muito mais a produtividade do jogador e sua eficiência para o time do que jogadas de efeito para a torcida e criatividade nos dribles.

Isso posto, vale a pena analisar o ranking da FourFourTwo. Para facilitar sua compreensão, dei numa pontuação às 100 posições do ranking, de forma invertida, ou seja: o número 1 ganha 100 pontos, o número 2 ganha 99, o número 3 ganha 98 e assim por diante até o número 100, que ganha apenas 1 ponto. Os três primeiros do ranking são o argentino Messi (Barcelona), o português Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e o espanhol Iniesta (Barcelona). Tudo isso para investigar se a geração atual do futebol brasileiro está entre as melhores ou não. Pelo menos na visão dos analistas da FourFourTwo, a atual geração é uma das mais fracas da história do Brasil nesse ranking.

Somente 10 jogadores brasileiros aparecem na lista, pela ordem: Thiago Silva (P21), Neymar (P28), Dani Alves (P42), Marcelo (P56), Ramires (P58), Oscar (P70), Lucas (P77), Hulk (P79), Hernanes (P86) e Dedé (P97). A discretíssima posição do atacante Neymar, atrás até do zagueiro Thiago Silva, explica porque o Brasil somou apenas 396 pontos no ranking. Com essa pontuação, o Brasil ganha folgado do Uruguai (137 pontos) e apertado da Itália (365 pontos), mas perde de goleada para a Espanha (881 pontos), para ficarmos numa comparação com os favoritos da Copa das Confederações, que começa em pouco mais de dois meses. Entretanto, o Uruguai e a Itália têm dois jogadores à frente da grande estrela brasileira, que é Neymar: o uruguaio Cavani, do Napoli (P20), e o italiano Andrea Pirlo, da Juventus (P9). A comparação com a Espanha é cruel. Ela precisa de apenas cinco jogadores para somar 446 pontos (50 a mais do que o Brasil): Iniesta (P3), Xavi (P6), Fabregas (P15) e Busquets (P23), todos do Barcelona, além de Casillas (P12), goleiro do Real Madrid. A lista da Espanha é completada com Sergio Ramos (P29), Juan Mata (P32), David Villa (P35), Pique (P38), Pedro (P52), Puyol (P54), Valdez (P78), Martinez (P82), Soldado (P84), Isco (P89) e Fernando Torres (P100).

Os melhores da Itália são: Pirlo (P9), Di Natale (P39), De Rossi (P43), Marchisio (P46), Chiellini (P59), Balotelli (P71) e Bargagli (P75). Já o Uruguai, além de Cavari (P20) tem apenas Suarez (P45). Forlan, eleito o melhor jogador da Copa de 2010 e que joga no Brasil, nem foi listado, assim como Kaká, que não se firma como titular no Real Madrid, mas é uma das grandes esperanças da pátria de chuteiras. Talvez por isso a Seleção Brasileira não surpreenda mais ninguém — todos os seus jogadores que atuam na Europa são conhecidíssimos.

Finalmente, embora não estejam na Copa das Confederações, vale saber o que o ranking dos melhores jogadores que atuam no mun… ops, na Europa, reservou para outros dois tradicionais adversários do Brasil: Alemanha e Argentina. A Alemanha obteve 385 pontos (11 a menos que o Brasil) e tem dois jogadores à frente de Neymar: Lahm (P18) e Schweinsteiger (P25), além de Özil (P31), Never (P36), Kroos (P67), Mario Gómez (P72) e Klose (P73). A Argentina, além de Lionel Messi (P1), apresenta Aguero (P8), Higuain (P24) e Di Maria (P27) à frente de Neymar. Atrás do atacante brasileiro aparecem Tevez (P60), Pastore (P62) e Milito (P88). A Argentina somou 437 pontos no ranking, ou seja, 41 a mais que o Brasil.

Teremos capacidade de surpreender os europeus na Copa das Confederações? Com a resposta, o técnico Felipão.