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Volvo: digno de Penélope Charmosa, o modelo feito para mulheres tem mais espaço interno

Qual mulher nunca ouviu que, como motorista, ficaria melhor pilotando um fogão, ou que seu automóvel ideal seria um carrinho de supermercado? A resposta a esse tipo de comentário foi exibida no Salão do Automóvel de Genebra, na Suíça, e se chama YCC, que na sigla em inglês significa Seu Conceito de Carro. Concebido pela equipe de oito engenheiras e designers da montadora sueca Volvo para atender ao gosto e às necessidades femininas, o carro deixaria enciumada a bela Penélope Charmosa, personagem do desenho animado Corrida maluca.

A sedução está nos detalhes. As portas se abrem para cima, o que facilitaa entrada da condutora, principalmente se estiver carregada de compras oude filhos. O encosto do banco da motorista tem um vão para acomodar orabo-de-cavalo ou as presilhas de cabelo e não desmancha o penteado. O maior capricho é o encaixe para os saltos altos, que fica perto dos pedais. No YCC, o freio de mão é eletrônico e o câmbio se aciona no volante. Tudo isso para que o espaço entre os bancos dianteiros fosse ocupado por um guarda-volumes para a bolsa, o notebook ou o celular.

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Volvo: estofado em oito cores para combinar com a roupa (acima) e porta-bolsas no lugar do câmbio e do breque de mão

Os bancos traseiros imitam cadeiras de cinema, em que é preciso baixar o assento para se sentar. Assim, tudo aquilo que ficava jogado no banco de trás fica mais organizado. Há oito jogos de capas de banco e tapetes, para que o interior do carro sempre combine com a roupa da motorista. As opções variam entre couro marrom, linho, bouclé de lã e bordados brilhantes. Dois sistemas garantem a comodidade. O Ergovision, que analisa o corpo da dona e ajusta bancos, cintos de segurança e pedais assim que ela se senta. E o Autopark, que auxilia nas manobras.

Atender às exigências peculiares dos consumidores é o novo desafio das montadoras, que parecem querer transformar o carro no melhor amigo dos humanos. A maioria dos modelos ainda são carros-conceito, que, assim como o Volvo YCC, não estão em linha de produção. Um bom exemplo é a japonesa Autech, que criou um carro pensando nos motoristas idosos e com menos reflexos. O miniveículo tem motor elétrico que atinge 60 quilômetros por hora e é capaz de detectar as falhas de atenção. Seu segredo está nos sensores e nas câmeras espalhadas pela lataria do carro, que vigiam os movimentos dos braços, pernas e olhos, permitindo a correção dos erros. Projetado na Universidade de Tóquio, o protótipo deve estar nas ruas em 2006, por pelo menos 7,5 mil euros (R$ 27 mil).

Um carro que reage pelo piloto também é a proposta da japonesa Nissan. Um modelo de Altima avisa o condutor quando o carro muda de pista sem que se dê sinal de seta, um indício de que o motorista cochilou. Outro dispositivo para evitar colisões foi desenvolvido pela General Motors. Quando o veículo da frente diminui a velocidade, os sensores instalados no pára-brisa aconselham a brecar ou desviar. Se nada for feito, o carro aciona o freio automaticamente.

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Mercedes-Benz: o conversível tem um jato de ar quente nos bancos que parece um cachecol invisível

A proposta dos veículos inteligentes é livrar o motorista de tarefas ingratas. Imagine nunca mais precisar fazer balizas. O Prius, da Toyota, já estaciona sozinho. Guiando-se por um sensor e uma minicâmera, ele exibe no painel as vagas disponíveis. O motorista indica onde quer estacionar e aperta um botão. A manobra é feita como que por uma mão invisível. O mecanismo memoriza até três vagas: é possível “salvar” as da garagem de casa, do trabalho ou da academia. Já a Land-Rover acabou com outro braço-de-ferro entre carro e motorista: o desgaste de tirar o veículo do atoleiro. Disponível no modelo Range Rover (R$ 350 mil), a suspensão permite que o carro se eleve e saia sozinho da lama. Outro aliado nas manobras foi criado pela Honda, que colocou minicâmeras no lugar dos retrovisores. As imagens são projetadas numa tela interna e dão ao motorista maior visão lateral e traseira.

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Audi: o A8 memoriza a posição do espelho, dos bancos e a temperatura preferida dos motoristas

Cachecol invisível – As montadoras apostam em conforto para os pilotos que fazem do carro uma segunda casa. O Audi A8 (R$ 493 mil), o top da marca, memoriza as preferências de até quatro pessoas. Um leitor no painel identifica as impressões digitais do condutor e regula bancos, retrovisores, ar-condicionado, sintonia de rádio e tevê. Sim, o carro possui tevê, que só funciona quando o carro não está em movimento. Para entrar e dar a partida, nem é preciso tirar a chave do bolso. O carro é capaz de detectá-la, destravar as portas e dar partida ao toque de um botão. A Mercedes-Benz tem a mesma tecnologia. Seu novíssimo SLK
(R$ 116 mil) vem com um charme exclusivo dos conversíveis, um sistema que libera ar quente a partir do apoio da cabeça, agindo como um cachecol invisível. É para quem quer usar a capota abaixada, mesmo nos dias de frio. Outra novidade que deixaria com inveja Penélope Charmosa e seus eternos acessórios cor-de-rosa.