i71675.jpgAntiga fitoterapia – terapia à base de plantas – está ganhando uma nova versão. Trata-se da fitoterapia funcional, modalidade na qual médicos e nutricionistas começam a combinar as substâncias ativas dos vegetais com nutrientes extraídos dos alimentos.

Os adeptos defendem que, dessa maneira, conseguem maior eficácia na prevenção e no tratamento de doenças – entre elas, obesidade, hipertensão, diabete, ansiedade, artrite reumatóide – e fortalecimento do sistema de defesa do organismo. A associação também teria benefícios contra o envelhecimento precoce.

A principal responsável pelo crescimento da fitofuncional – como vem sendo chamado o método – é a nutricionista Lucyanna Kalluf, coordenadora do curso de pós-graduação sobre o tema oferecido pela VP Consultoria Nutricional, em conjunto com a Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo. Em novembro, ela lança o primeiro livro a respeito do assunto que pesquisa há anos.

O surgimento dessa nova fitoterapia é resultado das crescentes pesquisas sobre o poder terapêutico de plantas e alimentos. E estudos mais recentes indicam que a união dos dois pode acarretar benefícios maiores do que quando utilizados individualmente. "As plantas têm grande interface com a nutrição", afirma Lucyanna. Segundo ela, muitos compostos têm sua ação potencializada quando usados em associação.

i71676.jpgA aplicação prática da fitofuncional se dá após a avaliação detalhada do estado do paciente. O objetivo é identificar as necessidades específicas e, a partir daí, formular a combinação ideal. É esse, por exemplo, o procedimento seguido pelo onco-hematologista Gustavo Vilela, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O médico usa a nova técnica para ajudar na prevenção do câncer – inclusive para diminuir a chance de volta do tumor – e também como um meio de reduzir os efeitos colaterais do tratamento. "O paciente ganha mais qualidade de vida", explica.

Entre suas indicações, estão alimentos como brócolis, couve, sardinha, pimentão e uvas. De acordo com vários trabalhos científicos, eles possuem prin cípios ativos associados à inibição da proliferação de células tumorais, indução dessas células à morte e proteção contra agressões ao material genético, entre outros efeitos. Na lista dos fitoterápicos, estão o cardo, a cúrcuma e o chá verde – plantas que também apresentam propriedades anticancerígenas.

A nutricionista Priscila Marques, de São Paulo, adota o método no combate a males que vão da diabete e insônia à obesidade. Para este último caso, uma de suas alternativas é o uso da caralluma gimbriata (um cactus original da Índia), conhecida pela capacidade de diminuir o apetite. Aliada a um plano de reeducação alimentar, a planta eleva as chances de sucesso na briga com a balança. "Consigo excelentes resultados na redução de peso, com a vantagem de não ter os possíveis efeitos indesejáveis de medicações alopáticas, como dificuldades de sono ou taquicardia", afirma.

 

 

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