A Internet é um dos meios de comunicação que mais rápido crescem no mundo – só os usuários brasileiros aumentaram 4.000% em três anos. São 3,2 milhões com acesso à grande rede, que passou a ser uma ferramenta de trabalho indispensável a quase todas as atividades profissionais. Mas, essa importância não a exime de severas críticas; uma delas a velocidade de acesso. Atingir as páginas ou sites da Internet já é um martírio tão desgastante quanto um engarrafamento de trânsito em véspera de feriado. Não é por outra razão que algumas companhias de informática estão oferecendo novas formas, e bem mais rápidas, de acesso. Uma delas é via satélite, que usa antenas parabólicas semelhantes às das tevês por assinatura.

O usuário não deixa de utilizar a linha telefônica, mas ela torna-se uma via de mão única, por onde segue apenas o pedido de acesso a determinado site. Isso porque um computador de mesa não tem meios nem potência para se comunicar com um satélite. O retorno, o envio da página ao computador do usuário, passa a trafegar via satélite, entrando pela parabólica. Como o trânsito nesse sentido é justamente o que causa a lentidão em uma linha normal de telefone – tal o tamanho das informações –, o problema fica resolvido pela grande largura de banda das transmissões via satélite. É como se dezenas de carros engarrafados em uma única e estreita pista passassem a transitar com velocidade em uma auto-estrada de cinco pistas. Sendo assim, a montagem da página na tela do PC é quase instantânea, num piscar de olhos. Tal salto de qualidade tem, porém, seu preço: nada menos do que R$ 700, que hoje cobrem o custo de uma placa de circuitos a ser colocada no PC, um software e a pequena parabólica.

Companhias como Toshiba, Hitachi e Philips estão produzindo equipamentos e antenas voltadas para esse filão. Agora em fevereiro, a Impsat, uma empresa internacional de telecomunicações com subsidiária em São Paulo, vai oferecer o serviço em parceria com a Philips. A tecnologia via satélite vai chegar ao usuário através das operadoras de tevê por assinatura, como Direct TV e Sky. "Inicialmente, acreditamos que a procura maior será dos clientes empresariais", estima André Vaccaro, gerente de negócios Internet da Impsat. O usuário doméstico poderá migrar para o satélite quando as operadoras de tevê por assinatura passarem a oferecer esse tipo de serviço, o que deverá ocorrer a partir de junho. Vaccaro afirma que a expectativa inicial é de conquistar em três anos cerca de 25 mil usuários, 5% do meio milhão de assinantes de tevê via satélite no País.