23/04/2008 - 10:00
MOTO Vencedor dos X Games de Los Angeles no ano passado, o americano Ronnie Renner
será uma das estrelas do evento em São Paulo
SKATE As tentativas do brasileiro Sandro Mineirinho de realizar o 900º, a manobra mais radical do esporte,
devem levantar o público
Nesta semana, entre os dias 25 e 27, a cidade de São Paulo será tomada pela vanguarda mundial dos esportes radicais. No Sambódromo do Anhembi, onde foi montada uma arena gigantesca com 50 mil m2 de área construída, será realizada a primeira edição dos X Games Brasil (o X também é pronunciado em inglês, éques) A promessa é de um show de acrobacias e manobras ultramodernas inimagináveis para o público não habituado a acompanhar competições de skate, moto X (algo como o antigo motocross com os níveis de dificuldade e adrenalina mais elevados) e BMX (bicicletas).
A edição brasileira será a segunda maior do mundo, atrás apenas da etapa de Los Angeles, nos Estados Unidos, onde os X Games foram criados, há 13 anos. Dubai, Barcelona, Bangcoc e Cidade do México também já foram sedes de disputas internacionais dos jogos radicais. Os organizadores esperam que 40 mil pessoas compareçam aos três dias de evento, que, além das competições, terá também apresentações das bandas Charlie Brown Jr. e CPM 22. O patrocínio será de gigantes, como Parmalat, Guaraná Antarctica, Honda, Oi e AM/PM/ Ipiranga.
“Os X Games abrem as portas de grandes empresas para os esportes de ação”, diz Fabíola Silva, que já conquistou sete medalhas de ouro nos jogos e fará uma apresentação especial de patins in line com outras nove meninas. “Mais do que um campeonato, os X Games são um espetáculo dos esportes extremos. Os jogos aumentaram muito o alcance desses esportes no mundo. Existe um antes e um depois dos X Games”, concorda Luís Roberto “Formiga”, comentarista da ESPN e há 30 anos praticante de diversos esportes de ação.
Se os X Games são um cartão de visita dos esportes radicais para o grande público, para os aficionados ele funciona como uma espécie de avant-première das manobras mais modernas e radicais, ainda inéditas oficialmente. Foi numa edição dos jogos, em 1999, que o americano Tony Hawk, o Pelé do skate mundial, concluiu pela primeira vez um 900º, movimento aéreo no qual o skatista gira duas vezes e meia em torno de seu próprio eixo, que ainda hoje é o grande momento de uma competição do esporte.
“O X do evento vem do inglês extreme. Um esporte extremo é aquele que pode até matar, em caso de erro numa manobra altamente perigosa”, afirma Formiga. Na etapa americana de 2007, ao falhar na tentativa de uma dessas manobras, o skatista Jake Brown espatifou-se de costas na pista após uma queda livre de 15 metros. Ficou desacordado por alguns minutos antes de sair andando com ferimentos e contusões que foram leves para a intensidade do tombo (que pode ser visto no YouTube). Encerradas as disputas no Sambódromo, boa parte dos atletas faz as malas e embarca para Xangai, onde, no final de semana seguinte, será a vez de os chineses abrirem os olhos para a trupe sem limites dos esportes de ação.
