Véspera de Natal. Marinete de Souza, 22 anos de idade e mãe de uma filha de três anos, sai de sua casa em Águas Lindas, na periferia do Distrito Federal, e vai para a casa de uma amiga em Ceilândia, cidade satélite de Brasília. Marinete está grávida de oito meses e o pai da criança, Sidnei Silva, fazia 24 horas que a tinha abandonado: partira para o Piauí para se casar. Marinete toma um abortivo. Nasce uma menina. Já na virada para a noite de Natal, Marinete pega um táxi e volta para a casa. Deixa o bebê na soleira, do lado de fora, e vai dormir. Assim que raia o dia, abre a porta e vê que a criança ainda vive. Enterra então a recém-nascida numa vala rasa de um matagal. A vizinhança, unânime em dizer que Marinete sempre foi uma mãe zelosa da primeira filha, a surpreende no caminho de volta – ainda com a enxada na mão. A menininha est