Não foi à toa que o governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), venceu a eleição em seu Estado já no primeiro turno com cerca de 80% dos votos válidos. Maranhão agora repete a mesma performance em pesquisa ISTOÉ/Brasmarket/SBT, aparecendo como o governador brasileiro com maior índice de aprovação à sua administração – 88,3%. Estão incluídas aí as avaliações ótima, boa e regular. "Foi um julgamento ao trabalho que fizemos, ao estilo novo de fazer política, com transparência e clareza", gaba-se Maranhão. "Assumimos o governo com 94% do orçamento comprometido com a folha de pessoal e custeio. Ao final, aumentamos a arrecadação, extinguimos órgãos públicos e empresas onerosas e levamos eletrificação rural para mais de 600 mil pessoas."

Maranhão não foi o único a repetir os altos índices de aprovação alcançados na última eleição. Os seis governadores com maior índice de aceitação garantiram a vitória já no primeiro turno. Dos seis primeiros, o único que não estava se candidatando à reeleição era César Borges, eleito vice-governador da Bahia, em 1994, mas que estava exercendo o cargo. Novidades significativas foram observadas em relação à pesquisa anterior, em maio. Goiás era o Estado com maior índice de aprovação, 86,6%. Caiu agora para o 13º lugar, com 69,3%. O governador na época era Maguito Vilela (PMDB), agora eleito para o Senado. Ele se desincompatibilizou para disputar a eleição e deixou o vice, Naphtali Alves de Souza, em seu lugar. De maneira geral, os governadores que conseguiram melhor resultado foram os do Nordeste, Norte e Centro-Oeste. "Os Estados maiores sofrem mais com problemas como o desemprego e a segurança. No Norte e Nordeste, também sobressai muito o culto à personalidade", observa o presidente da Brasmarket, Ronald Kuntz.

Roseana Sarney, do Maranhão, não concorda muito com essa tese. Ela atribui seu segundo lugar no índice de aprovação a "trabalho, trabalho e trabalho". "Acho que o governo está bem. As pessoas reconhecem quando a gente trabalha. Fizemos um governo transparente, renovador. Também avançamos na saúde e educação e reduzimos em 33% a mortalidade infantil." Quem não conseguiu tal façanha, amargou a rejeição popular. Vitor Buaiz (PV-ES) recebeu a pior avaliação: 34,8%. Eleito pelo PT, havia sido considerado um dos melhores prefeitos do País, quando governou Vitória entre 1989 e 1992. Ao romper com os petistas, perdeu sua base de sustentação, enfrentou uma feroz oposição do funcionalismo e, sem apoio da esquerda e da direita, não conseguiu aprovar nada na Assembléia Legislativa. Nem ao menos se aventurou à disputar a reeleição. O segundo pior foi Paulo Affonso Vieira (PMDB-SC), um dos governadores que mais se enrolaram no escândalo dos precatórios.