É impossível não relacionar a eleição do cardeal Bergoglio, agora papa Francisco, com o momento do futebol mundial, que tem no argentino Messi um craque da estirpe de Pelé. Principalmente porque Bergoglio correu “por fora” para vencer o favorito cardeal Scherer, do Brasil.

Não são poucos os brasileiros que temem, respeitam ou odeiam a Argentina. Uma turba que Galvão Bueno alimentou durante anos com a antipática frase “ganhar é bom, mas ganhar da Argentina é muito melhor”.

E agora?

As trombetas do Apocalipse já anunciam que, além de ter dois Oscar, cinco prêmios Nobel, um pentacampeão de Fórmula 1, vinhos superiores e o atual melhor jogador do mundo, a Argentina pode ser tricampeã mundial de futebol, em 2014, dentro do Maracanã!

E pode mesmo. Futebol para isso os hermanos têm de sobra.

Portanto, rezem aqueles que odeiam a Argentina. Rezem para que o técnico Luís Felipe Scolari resgate o carisma que deixou lá em 2002, rezem para que Neymar passe a jogar na Seleção Brasileira o mesmo futebol que joga no Santos, rezem para que Kaká, Júlio César, Dani Alves & Cia Bela joguem pelo Brasil como se estivessem jogando por seus clubes europeus, rezem para que Messi, principalmente ele, não chame a bola Cafusa de “mi querida pelota” nos campos tupiniquins.

Os antiargentinos que viram o que Messi fez nos 4 – 0 que o Barcelona enfiou no Milan, esta semana, devem estar ajoelhados no milho.

É fato. A assunção do papa Francisco — torcedor do San Lorenzo de Almagro — reacendeu nos patriotas de plantão, de lá e de cá, a velha polêmica. Maradona ou Pelé? Messi ou Neymar? Fangio ou Senna? Talvez, em algum rincão dos Pampas, tenha gente discutindo até se Carlos Gardel (que não era argentino) foi maior do que Carmen Miranda (que não era brasileira), se Jorge Luis Borges escrevia melhor do que Machado de Assis e até se Buenos Aires — que, como sabemos, foi durante anos capital do Brasil — é mais aprazível do que o Rio de Janeiro.

Afinal, o papa é argentino. Mas, até prova em contrário, Deus é brasileiro. É?