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Boa dona-de-casa como toda canceriana, a empresária paulista Lucília Diniz resolveu arregaçar as mangas para dar um jeito no clima de enterro que se instalou entre seus amigos – a maioria empresários – por conta da crise econômica. Para animar a turma, no início do mês, ela abriu sua casa e ofereceu uma festa para 400 convidados. O tema: brindar à vida. Artista convidado: Latino. “Na entrada, todos torciam o nariz para o Latino. No final, foi a festa para a qual mais recebi elogios em toda minha vida”, conta a anfitriã, 20 anos de experiência no ramo de receber bem. Só com o sol raiando, às 7h, os últimos convivas deixaram a casa de Lucília, nos Jardins, em São Paulo.
Foi uma oportunidade para reunir um grupo eclético que misturou empresários como o presidente da Nestlé, Ivan Zurita, o ator Reynaldo Gianecchini e gente do high society, como a família Botelho do Amaral. Lá, a crise era não conseguir escalar a mini-arquibancada construída no gramado. “E ela ficou cheia!”, comemora. “Dessa forma, as pessoas ficaram na mesma altura do palco e puderam acompanhar melhor o show. O sucesso é você saber juntar pessoas que nunca foram unidas, como o Latino e empresários.”
A festa do “brinde à vida” foi a décima organizada este ano por Lucília em sua casa, cuja família é tradicional anfitriã em São Paulo. Nas celebrações, ela não abre mão das flores cultivadas em três estufas em seu haras, do bufê Duas Gastronomia e aposta nos detalhes que fazem a diferença, como gelo colorido e pequenas fontes de água jorrando molho shoyu em cada mesa. “Dei uma festa para um amigo que iria viajar e o bolo tinha a forma de uma mala de viagem da Louis Vuitton”, conta. “Também costumo colocar a foto do homenageado nas bandejas.” No ano passado, Lucília ofereceu à apresentadora Adriane Galisteu uma festa de aniversário. “Eu não ia comemorar porque estava trabalhando de segunda a segunda. Mas ela disse: ‘Vai comemorar, sim’. E foi ótimo”, conta Galisteu, que só conseguiu chegar à própria festa à 1h.
No Rio de Janeiro, palco de eventos Quem são os grandes anfitriões de hoje em dia, gente que gosta de abrir os salões da casa para receber os amigos memoráveis até o início dos anos 70, famílias como os Mayrink Veiga, Guinle e Catão abriam os salões de suas luxuosas casas para o crème de la crème em noites de puro glamour. Hoje, época em que as festas acontecem em boates e restaurantes, são disputadíssimas as celebrações da dupla de empresários Bruno Chateaubriand e André Ramos, ambos de 33 anos, que moram no famoso Edifício Chopin, vizinho ao hotel Copacabana Palace. A de Ano- Novo, promovida por eles há 11 anos, é uma das mais bem freqüentadas. Os cerca de 300 convidados passam a noite bebendo champanhe diante da vista da praia de Copacabana. Além de uma constelação de globais, a atriz italiana Monica Belucci e o ex-diretor gerente do FMI Rodrigo Rato já prestigiaram as festas da dupla.
A cada ano, a sala de três ambientes é (re)decorada de acordo com um tema. O próximo será o Ano da França no Brasil. Além de pintar as paredes com as cores da bandeira do país, eles pretendem instalar um grande painel eletrônico, que exibirá imagens de Paris. “Ficará no chão e servirá como pista de dança”, diz Ramos. Os empresários costumam dar grandes festas também no Carnaval e em seus respectivos aniversários. No resto do ano, nada de festas de arromba todo fim de semana, como antigamente. Só petit comité. A dupla lançará no próximo ano um livro com dicas para quem quer receber com estilo e segurança.

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Também concorridíssimas são as festas da estilista Lenny Niemeyer, 56 anos, que costuma receber, após o desfile de sua grife de biquínis no Fashion Rio, até 800 pessoas em sua deslumbrante cobertura na Lagoa Rodrigo de Freitas. Modelos, artistas, empresários e colunistas bebem Veuve Clicquot até de manhã. “A receita para uma boa festa é reunir pessoas de grupos diferentes. Outra dica é criar ambientes distintos, com dois tipos de músicas, além de um canto mais calmo”, afirma Lenny. A estilista permite que seus convidados transitem pela cozinha. Restringir o acesso a certos cômodos é uma maneira de evitar problemas, principalmente com os inevitáveis penetras – um dos motivos pelos quais o high society hoje evita dar festas em casa. Lenny até manda instalar roletas eletrônicas para barrar estranhos. Para entrar, só com convite magnético. Ou com alguma cara-depau, como lembra Chateaubriand: “Já expulsamos penetras da nossa festa, mas, quando a pessoa é sincera e nos pede para ficar, a gente até deixa.” Afinal, o que vale é se divertir.


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