Governo

Gostaria de retroceder aos velhos tempos, desde a ditadura de Vargas, que o
cenário é o mesmo. O povo brasileiro se encanta com as promessas e a convicção dos candidatos e busca uma esperança. Mais uma vez estamos envolvidos com
os mesmos casos de sempre. Será que o poder é tão alucinante, que nos esquecemos de tudo? Parabéns, ISTOÉ, pela excelente reportagem.
“Lula perde Dirceu”( ISTOÉ 1799).
Fernando Weikamp
Cuiabá – MT

Vivemos em um país no qual o povo tem memória curta, seja por conveniência
ou não, seja porque ainda sofre de amnésia. Não podemos entender que uma herança maldita deixada por governos anteriores seja esquecida tão rapidamente. Cabeças insensatas dão a entender que toda a culpa da situação do País
é oriunda da administração atual. Pensam que basta acionar uma varinha
de condão e resolver tudo rapidamente.
Candido Suzart Filho
Salvador – BA
 
 
Porão do poder

Lamento profundamente a matéria intitulada “Traição e extermínio” (ISTOÉ 1799). Baseando-se apenas em declarações sem nenhum valor documental, a reportagem se converteu em um amontoado de frases soltas, conspurcando a imagem de antigos companheiros e a do próprio partido, à época o PCB. Pior ainda, tenta induzir – pela tendenciosidade da manchete – que a ditadura não foi responsável pelas torturas e assassinatos dos nossos dirigentes e militantes. O caso Givaldo é um assunto velho, requentado e já foi tratado com total responsabilidade pela direção partidária. O próprio companheiro fora afastado das suas tarefas e se submeteu, à época, a recolhimento compulsório do ponto de vista orgânico, sugerido pela direção. Após análise rigorosa das denúncias levantadas contra ele em plena ditadura, o partido as considerou perigosas aleivosias e, por improcedentes, deu o caso por encerrado. Em tempo, não foi Prestes quem buscou, depois, informações sobre o assunto junto às autoridades soviéticas, que as garantiu também infundadas. Foi o grande líder do meu partido, falecido, Salomão Malina. De passagem, se lamento a referida reportagem, elogio a da semana passada “Os matadores” (ISTOÉ 1798), que mostra como o regime montou um grupo de sicários para assassinar cruelmente militantes e dirigentes de esquerda e do PCB.
Roberto Freire
Presidente nacional do PPS
Brasília – DF

“Givaldo (Siqueira) mandou meu irmão para a morte. O Comitê sabia da carta e mesmo assim foi feita a operação.” A frase acima, entre aspas, categórica, publicada na reportagem “Traição e extermínio” (ISTOÉ 1799), é a inversão da resposta dada por mim a uma pergunta do repórter que me procurou e, portanto, falsa. O que eu disse, por telefone, no dia 24/3, foi: “Não, não foi o Givaldo. A responsabilidade, como eu disse desde o início, foi da direção restrita do partido.” O jornalista insistiu. Não teria sido Givaldo o portador da ordem do partido para a viagem de Célio Guedes (meu irmão, assassinado ao voltar do Uruguai)? Respondi: “Não, não foi Givaldo, não poderia ter sido Givaldo.” Esclarecer fatos dolorosos como esses ocorridos sob a ditadura militar requer seriedade, responsabilidade, requisitos profissionais do bom repórter e do bom historiador. Abordagens sensacionalistas tendem sempre a desfocar o fato e diminuir a culpabilidade da ditadura militar. Em nenhum momento pretendi transferir para o Partido Comunista a responsabilidade por um ato selvagem praticado pela repressão da ditadura. O que eu condenei foi a irresponsabilidade do partido na questão da segurança, um episódio interno do PCB.
Armenio Guedes
São Paulo – SP

Agradeço à revista pela reportagem “Traição e extermínio” (ISTOÉ 1799). Ela, pelo esforço profissional dos jornalistas Amaury Ribeiro Jr., Eugênio Viola e Tales Faria, fez vir a público um responsável, assumido, do aparato de repressão da ditadura militar, pela morte dos meus companheiros do PCB. Lutei por isso durante esses últimos 30 anos, A reportagem possibilita o início da apuração daqueles assassinatos e a localização dos corpos dos 11 companheiros dados, até agora, como desaparecidos.
Hércules Corrêa dos Reis
Rio de Janeiro – RJ

Parabéns à revista ISTOÉ pela histórica e importante reportagem “Os matadores” (ISTOÉ 1798), do excelente Amaury Ribeiro Jr.
Aloísio Morais Martins
Belo Horizonte – MG

É repugnante que esses senhores, milicos da ditadura militar, que cometeram tantas barbaridades e horrores, torturando e matando todos aqueles que se manifestavam contrários à ditadura na busca de um País livre e justo para os brasileiros, estejam hoje por aí, soltos, vivendo como pessoas de bem e sem qualquer remorso pelo que fizeram. Eu ainda era criança quando esses fatos aconteceram, e só tive idéia de que houve repressão na época após entrar na faculdade. Parabéns ISTOÉ por desempenhar tão bem o papel da imprensa em informar as pessoas sobre os desmandos que aconteceram – e ainda acontecem – no País. É preciso que essa parte lamentável da nossa história fique viva na memória de todos nós, para que nunca mais se repita.
Tania Mariano
Vila Velha – ES

Embora esperasse por tão aterradora revelação vinda do porão da ditadura e dos tempos de chumbo, não pude conter minha indignação e revolta. Que essa reportagem tenha a virtude de dar aos leitores e aos povos do mundo mais elementos para que aumentemos nosso compromisso com os verdadeiros valores humanos: amor, tolerância, compreensão e fraternidade. Sem isso, só imperará a barbárie e a injustiça.
Carlos Augusto C. de Lima
Natal – RN

O desencadear do movimento de março de 64 não pode ser entendido fora do contexto histórico da guerra fria. Havia uma realidade geopolítica internacional, por completo, distinta da que temos hoje. Uma superpotência militar detentora de armas nucleares apoiava movimentos revolucionários em todo o mundo. Metade da Europa vivia sob a cortina de ferro, e, em Cuba, foram instalados mísseis com ogivas nucleares apontados para os EUA. Havia inegavelmente uma preocupação fundamental, interna e externa, com a transformação de um gigante como o Brasil em um aliado da URSS.
Everton Jobim
Rio de Janeiro – RJ

É inadmissível que parte da elite militar brasileira tenha colaborado com a nossa história com assassinatos, tortura, prisões e execuções de pessoas que lutavam
por um Brasil melhor.
Raimundo Filho
Parnamirim – RN

Diante das acusações, inteiramente infundadas, ao companheiro Givaldo Siqueira, penso ser necessário afirmar que, entrando no partido, no início da década de 50, pelo movimento universitário, ali encontrei o Givaldo já na liderança das nossas lutas. Sua militância em um partido marxista-leninista, como o foi, por anos, nosso Partidão, e, agora, num partido de coração e mente novas e de matriz ideológica plural, serviu (para mim, sem dúvida) para muitos de nós de pá e bússola para entendermos e melhor desenvolvermos os instantes de convivência social, política e cultural. Lamento, ainda, que o repórter tenha estado em minha casa, onde conversamos por bastante tempo, ocasião em que pude tecer outras considerações também positivas quanto ao companheiro Givaldo, e, ao término, percebo que nem uma de minhas palavras foi utilizada na reportagem. É a razão maior que me levou a dirigir esta carta, para que minhas palavras se registrem aqui e possam pelo menos servir, por mais simples que sejam, como um abraço de solidariedade ao velho companheiro de lutas.
Arildo Salles Dória
Brasília – DF

Gostaria de registrar minha indignação com a falta de verdade na matéria. Em 1998, este cidadão, chamado Hércules Corrêa, falava alto e bom som no bar do hotel Bistrô, em Brasília, que ia lançar um livro com o título Que merda é essa? e iria vender a matéria com exclusividade para a revista Veja. Ele faz uma acusação ao sr. Givaldo Siqueira sem nenhuma prova e fica no disse-me-disse, tentando procurar um culpado diante da sua revolta com a vida. Ninguém neste país conhece a história do PCB mais do que Roberto Freire e Geraldo Rodrigues dos Santos (Geraldão); por isso este relatório a que Hércules se refere é um documento de ficção, sem nenhuma credibilidade, conforme a sua cabeça, que não anda nos dias melhores de sua lucidez. E esta revista tem responsabilidade com a verdade, pois sempre trilhou pelos caminhos do jornalismo sério, honesto e investigativo com seus leitores.
Juca Carvalho
Maceió – AL
 

Marcelo Yuca
Li com surpresa a entrevista “O sobrevivente” (ISTOÉ 1799) com o músico Marcelo Yuka. Não gostaria de contestar sua história de sofrimento pelo impacto da lesão, mas fiquei impressionada com o poder de versões quando publicadas em revistas sérias e de circulação nacional, como é o caso de ISTOÉ. A estratégia agressiva de contestar o trabalho da rede de hospitais Sarah Kubitschek, em particular do médico Aloysio Campos da Paz, torna-se desonesta quando não se oferece igual espaço para ser exposta a versão institucional. A Rede Sarah de Hospitais é nacional e internacionalmente reconhecida pelo respeito à dignidade e à privacidade de seus usuários, além de ser promotora de uma medicina de reabilitação de ponta. Diante desse quadro de primor ético e técnico da Rede Sarah, é que sugiro a ISTOÉ uma maior cautela na publicação de acusações graves, que, muito embora possam ser factuais, podem representar uma perspectiva enviesada da questão.
Debora Diniz
Professora da Universidade de Brasília, Doutora em Antropologia
Brasília – DF
 
 
Sem limites

Quero parabenizar esta conceituada revista pela excelente reportagem sobre
pitboys, em que foi demonstrado que a violência também atinge os chamados
locais de “gente bonita” e que os algozes não são assaltantes, mas os frequentadores desses lugares. Infelizmente a minha família faz parte das vítimas dessa violência desde outubro de 2002, quando minha sobrinha e uma amiga, ambas de 15 anos de idade, foram assassinadas a tiros, por um colega de 17 anos, dentro da sala de aula do colégio particular em que estudavam, aqui em Salvador (BA). O fato de ser uma “boa escola” não impediu que se praticasse um ato brutal por motivo torpe. O que se deve salientar é a importância da família na formação do indivíduo. “Onde vamos parar?” (ISTOÉ 1799).
M. da Conceição C. F. M. Guimarães
Salvador – BA

A falta de imposição de limites e de autoridade por parte de quem tem o dever de educar acarreta comportamentos inconsequentes e irresponsáveis, criando filhos que por receberem uma superproteção, inclusive quando erram, se sentem superiores a tudo e a todos. Mas, no final, sabemos que a vida mostra que ela nem sempre é tão tolerante e complacente quanto seus pais.
Hilmartom Xavier Silva
Campina Grande – PB

Esses jovens desequilibrados, que, em vez de pegar na enxada ou estudar, ficam pelas ruas fazendo arruaça, agem assim porque infelizmente nossas leis servem apenas para enfeitar o papel. Ninguém leva a sério a Justiça, pois sabe que nada acontecerá. A prova disso é que já estão todos soltos e prontos para aprontar novamente. Quando acontecer uma tragédia maior e dois ou três deles morrerem, aí veremos aquelas entrevistas indignadas das autoridades, dizendo que vão resolver tudo, que a violência está sob controle, etc. E ainda os pais e entidades sairão às ruas com seus cartazes e lenços brancos pedindo paz e justiça.
Achel Tinoco
Salvador – BA

Sou professora, dou aula para adolescentes e no nosso cotidiano escolar nos deparamos com muitas atitudes agressivas por parte dos alunos contra os seus colegas e até mesmo contra o corpo docente. Apesar de tentarmos mostrar a eles a importância de ajudar uns aos outros e não discriminar, acabamos esbarrando com críticas contra nossas tentativas de construirmos cidadãos conscientes e responsáveis. É preciso que todos nós tomemos consciência de que às vezes dizer não a um adolescente é muito mais valioso do que consentir em todas as suas vontades. Isso sim é um sinal de amor para com nossos adolescentes.
Luciane Maria Valeri
Campinas – SP

Eventos violentos envolvendo jovens oriundos de famílias abastadas são o retrato
da impunidade que se infiltrou na sociedade brasileira a partir dos anos 90. Curiosamente, a década das mudanças sociais também modificou as referências
de família, de profissão e de futuro dos jovens, que viram a decadência dos costumes, a valorização de carreiras efêmeras que enriquecem fácil, o aumento
do tráfico e consumo de drogas, etc. A sociedade precisa rever as sua bases, as famílias precisam repensar suas linhas pedagógicas e as escolas precisam educar para a vida e não para os vestibulares.
Eduardo Henrique Sampaio
Salvador – BA
 
 
Sexo
Gostaria de enviar minhas congratulações pela coluna Viva Bem. Em “Sua dúvida” (ISTOÉ 1797) o colega Márcio Dantas fez excelente explanação. Como cirurgiã plástica e conhecedora em parte do assunto, envio um adendo que poderá ajudar a jovem em questão (J.K., Mato Grosso). Há 15 anos realizamos um trabalho de cirurgia íntima – pubisplastia. A jovem poderá ter hipertrofia dos pequenos lábios ou clítoris enclausurado. Ambas patologias podem bloquear o orgasmo. Portanto, poderá ser um problema anatômico.
Dra.Yhelda Felicio
Membro Titular especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Fortaleza – CE