PMDB superfatura a crise
Michel Temer, José Sarney, Renan Calheiros (foto) e companhia estão com a idéia de cobrar mais um ou dois ministérios para o PMDB. Satisfeitos com a notícia de que podem abocanhar o Ministério da Administração, já avaliam que o preço para abafar a CPI e segurar o governo teria de incluir uma outra pasta.

Muy amigos
Voltaram a se entender o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, e o primeiro secretário da Câmara, Geddel Vieira Lima (foto). Renan telefonou para Geddel articulando uma forma de torpedear o projeto de reeleição dos presidentes da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado, José
Sarney (PMDB-AP).
 
 
E Serra disse ‘sim’. Mas…
Depois de muito titubear, o presidente do PSDB, José Serra, comunicou ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que está disposto a concorrer à Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições. Serra analisou profundamente
as pesquisas de opinião sobre intenções de votos do eleitorado paulista e concluiu que a petista Marta Suplicy, com seus altos índices de rejeição, não é lá uma adversária tão forte assim. Mas o tucano, que foi candidato a presidente contra Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não deu a palavra final. Ele disse ao governador que depende de duas coisas. Primeiro, quer que Alckmin e o PSDB de São Paulo
ajudem a pagar as dívidas de sua campanha presidencial, depois, quer ter voto qualificado, caso seja eleito prefeito, na escolha do candidato do PSDB a governador do Estado, em 2006. Geraldo Alckmin ficou de analisar o assunto com seu estado-maior. As duas condicionantes são muito difíceis de ser aceitas pelo tucanato
não-serrista de São Paulo.
 
 
Sexo, dinheiro e campanha
Encontro dos mais de 300 pré-candidatos a vereadores pelo PDT no Rio. O marketeiro Belinkin aponta dois mandamentos: nenhum candidato deve carregar dinheiro vivo; e eles não podem praticar sexo com correligionários. A deputada estadual Cidinha Campos interrompe. Segundo ela, os candidatos do PDT são todos uns “duros” e, durante a campanha, também têm o hábito de perder a libido.
 
 
Faça o que eu digo, mas…
Chama-se Sérgio Canozzi o “corruptólogo” que o ex-secretário nacional de Segurança, Luís Eduardo Soares, apontou, na CPI da Loterj, como seu informante. O homem está foragido de Porto Alegre. Responde a 58 processos, a maioria por estelionato. E teria, com sua mãe, Maria Adelaide Canozzi, um “pendura” de mais de R$ 100 mil.
 
 
Rápidas

• A Vasp enfrentará turbulência a partir da quarta-feira 7, quando expira sua concessão para voar. Precisa do CND (Certificado Negativo de Débito) com o INSS, a quem deve cerca de R$ 700 milhões.

• O presidente da companhia, Wagner Canhedo, prepara um pedido de prorrogação administrativa ao Departamento de Aviação Civil (DAC). Se levar um não, vai retaliar. Dará entrada numa medida cautelar contra o Comando da Aeronáutica.

• Expira em outubro a licença de vôo de outra companhia, a Varig. Também em débito com o INSS, a empresa deu um rasante e mergulhou no Refis, o programa de refinanciamento de tributos. Conseguiu automaticamente o CND salvador.

• A Transbrasil, cassada em dezembro de 2001, só perdeu o registro em março de 2003. O advogado Roberto Teixeira, do Conselho de Administração da empresa e compadre de Lula, tentou voar baixo nos bastidores para anular a cassação.

• Ele recebeu um recado da Infraero: os ventos fortes da conjuntura não permitiam uma solução do Planalto. Teixeira é sócio de Celso Cipriani, ex-controlador da Transbrasil e amigo de José Dirceu