Ele pode não ser o homem mais rico do mundo, mas, certamente, é um dos bilionários mais conhecidos do planeta. Os 15 minutos de fama do megaempreendedor americano Donald Trump já duram bem mais que 15 anos. Não é por menos. Mestre na arte da autopromoção, Trump não só faz fortuna como faz questão de divulgá-la. E nunca teve tanto espaço para isso. Na terça-feira 23, Trump lançou nos EUA o livro How to get rich (Como ficar rico), em que fala de sua própria experiência como milionário. O livro deve chegar ao Brasil em junho pela editora Campus, com quem as negociações pelos direitos já estão bastante adiantadas.

Apesar do título, não espere um bê-á-bá de como ficar rico. A maioria das dicas contidas no livro parecem mais voltadas a quem já é rico e deseja juntar mais dinheiro ainda. Mas isso não estraga a obra, que saiu com meio milhão de exemplares nos EUA. A graça está justamente nas histórias saborosas do empreendedor e de sua Trump Organization. Há, por exemplo, o caso do segurança que virou vice-presidente da empresa e o episódio da secretária européia que era estonteante, mas não conhecia ninguém nos EUA, além de Donald Trump e o presidente Bush. Por isso, ela não deixava personalidades como o ator inglês Hugh Grant ou o empresário americano Jack Welch chegarem perto do chefe em seu escritório em Nova York. Trump conta também da vez em que saiu do campo de golfe com US$ 1,2 milhão no bolso depois de convencer quatro amigos a se tornarem sócios de seu clube.

Olho por olho – A falta de modéstia, uma das principais características de The Donald, como também é conhecido, aparece no livro inteiro, do começo ao fim. “Já houve inúmeros livros sobre como ficar rico, escritos por milionários. Autores bilionários são mais difíceis de ser encontrados. Autores bilionários com interesses no mercado imobiliário, jogos de azar, esporte e entretenimento são mais raros ainda. E autores bilionários com seus próprios arranha-céus em Manhattan e série de tevê são os mais raros de todos. Tenho certeza de que sou o único”, escreve na introdução o dono de US$ 2,5 bilhões (segundo a Forbes, que o coloca na 205a posição no ranking dos mais ricos) ou US$ 5 bilhões (segundo ele próprio).

Como era de esperar, Trump não perdoa seus inimigos. Destila muito veneno na direção dos desafeto como o jornalista americano Dan Rather (“ele não tem nenhum talento, carisma ou personalidade”) e o governador de Nova York, George Pataki (“Eu comecei a gritar para ele: ‘Seu filho da puta, vá para o inferno’”) e se diz partidário da filosofia olho por olho, dente por dente.

Descontando a época em que se separou de Ivana e quase quebrou (chegou a dever US$ 9,2 bilhões), Trump nunca teve tantos holofotes voltados para ele. Motivo: o bilionário é a estrela principal do reality show The apprentice (O aprendiz), da rede americana NBC. No programa, dez jovens têm de realizar projetos empresariais em conjunto e enfrentar tarefas como vender limonada nas ruas de Manhattan. Quem sobreviver ganha um emprego na Trump Organization e um salário de US$ 250 mil anuais. A cada episódio, um participante é demitido pelo próprio Trump, que grita a temida frase “you’re fired!” (você está demitido), que já virou bordão e está sendo patenteada pelo bilionário nos EUA. A cada semana, o programa atrai quase 20 milhões de telespectadores, garantindo a sexta posição em audiência no horário nobre da disputada televisão americana e mais promoção para Trump, que já está em negociações para apresentar a segunda temporada da série.

Em meio a tanto sucesso, o bilionário tentará achar em sua agenda ainda este ano uma brecha para visitar o Brasil, onde está construindo seu primeiro empreendimento na América Latina. Trata-se do Villa Trump, um projeto de US$ 40 milhões em Itatiba, no interior paulista. Será um campo de golfe de 27 buracos com casas de alto padrão, hotel de luxo, restaurante e spa. A primeira parte do projeto deve ser inaugurada em 2006. Além do tradicional T que ostenta em suas obras, o Villa Trump pretende trazer para o País o conceito Trump de serviços de luxo. Isso inclui ensinar ao caddie, o profissional que carrega os tacos de golfe pelo campo, a abrir um champanhe e servi-lo ao patrão durante o jogo. No melhor estilo Trump.

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