Os piratas modernos que se cuidem. O cerco à pirataria ganhou um novo aliado. A Unic Tecnologia Digital, uma das associadas do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da Universidade de São Paulo, criou uma máquina gravadora de CDs. Batizada de Mix For Me, a geringonça imprime discos que não infringem direitos autorais com boa qualidade sonora e músicas escolhidas pelo próprio consumidor, a preços que variam entre R$ 1 e R$ 1,50 por faixa. São as armas da empresa para reduzir os prejuízos causados pela pirataria no mercado audiovisual. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), há seis anos, o Brasil era o sexto colocado no ranking mundial de vendedores de CDs, arrecadando cerca de US$ 1,17 bilhão por ano. Hoje, o mercado despencou em consequência do comércio ilegal e, a cada três CDs vendidos, dois
são piratas. O País despencou para a décima segunda colocação entre os consumidores no mundo, com uma renda anual de US$ 390 milhões.
“A grande preocupação dos empresários da indústria fonográfica são
os piratas. Não tem como competir com eles”, explica Pedro Otávio Tibau, gerente da megaloja de discos Modern Sound. Além da indústria fonográfica, o setor de games também sofre com a pirataria. Pesquisas de mercado mostram que nove em cada dez jogos vendidos no Brasil
são cópias ilegais.

O Mix For Me guarda um moderno sistema tecnológico para combater a ilegalidade. Com uma velocidade de gravação 52 vezes maior do que as impressoras de disco convencionais e uma impressora 1.200 vezes mais rápida, a máquina grava um CD em apenas quatro minutos. “O software que desenvolvemos vai desde a seleção das músicas e games até o gerenciamento do sistema de pagamento e a autorização para que o equipamento eletromecânico funcione”, explica a idealizadora da máquina, a engenheira Lilian Soneghett.

Otimista, a equipe composta por engenheiros e matemáticos pretende lançar as primeiras máquinas ainda este mês. Numa fase inicial, elas serão implantadas em centros culturais e universidades de São Paulo. O principal passo já foi dado. A máquina já recebeu aprovação da Associação Brasileira de Editoras Reunidas (Aber). Para chegar ao público, no entanto, as gravadoras de CDs dependem ainda de um acordo com a Associação Brasileira de Editoras de Músicas (Abem).