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Nada de virar o copo no balcão e saborear na raça uma boa aguardente de cana. Cachaça virou coisa fina. Pelo menos é o que se conclui ao acompanhar uma descontraída reunião da Confraria Feminina da Cachaça do Barão. O grupo reúne-se a cada três meses em São Paulo, desde setembro de 2006. A idéia partiu da empresária Daniela Zurita, dona da Agro Z, produtora da cachaça e filha do presidente da Nestlé, Ivan Zurita. "São todas amigas ou amigas das amigas. Para participar da confraria, só mesmo sendo indicada", explica Daniela, que atraiu cerca de 100 participantes para os encontros. São mulheres dispostas a derrubar dois preconceitos: o de que cachaça é coisa pra macho e de que aguardente não combina com ambiente de classe.

Compraram esta briga personalidades tão distintas quanto a arquiteta Bia Barros, a atriz Luana Piovani, a estilista Cecília Echenique e as socialites Barbara Koboldt e Adriana Diniz. A empresária de moda Dani Barros Verdi entrou para a turma na quinta-feira 28 de junho, ao participar do terceiro encontro da confraria na Universidade da Cachaça, no Itaim, em São Paulo. "Adoro cachaça. Em casa, sempre sirvo como aperitivo", diz ela, que adquiriu o hábito com o marido goiano. As marinheiras de primeira viagem não costumam encarar a cachaça pura, mesmo que sejam as Premium, cuja dose chega a custar R$ 30. "Nunca tomei nada com cachaça, sempre achei muito forte, mas estou adorando. Espero que se torne hábito", disse a relações-públicas Mariana Comrian, 24 anos.

Na mão das confrades reinavam as caipirinhas de frutas feitas com pinga. "Na primeira reunião fomos brindadas por uma caipirinha com especiarias e água-de-coco que foi o maior sucesso. Dessa vez, o chef Sérgio Arno criou a caipirinha frozen de limão", conta Daniela, que fora dos encontros não costuma tomar álcool. "Só vinho, de vez em quando, no jantar." Já a empresária Helena Freire, 55 anos, não perde oportunidade de saborear o líquido puro. "Sempre peço uma dose para acompanhar os amigos. Mas tem que ir devagar", diz ela, que experimentou a cachaça da noite sem fazer careta. Atitude que estimulou as amigas a darem suas bicadinhas. "É bem suave e aromática", comentou a gerente de marketing Ana Paula Company, 35 anos, que em outras ocasiões degustou as marcas Espírito de Minas, Santo Graal e Antenor. Todas consideradas de alto nível pelos entendidos.

 

 

 

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Além de promover a cachaça da família entre o público feminino, Daniela Zurita descobriu que a confraria é um bom salão de negócios. "Na última reunião, uma amiga alugou seu espaço de eventos para outra confrade e hoje já fechei um estande no Athina Onassis International Horse Show para quatro amigas que se encontraram aqui", diz Daniela, referindo-se às empresárias Graziela Pereira, Bettina Strozenberg, Renata Guarita e Valéria Baraccat, que resolveram unir forças para fazer dinheiro. "Se fosse uma reunião de negócios não teria rendido tanto", afirma Bettina.

Para garantir vida longa à confraria, a organizadora do evento, Veridiana Lafon, já criou uma série de atrações. "A idéia é beber e não falar da cachaça", diz ela. As possibilidades vão de reuniões em salões de beleza, como aconteceu no segundo encontro, a cursos de feng shui, exposições de artes, palestras e apresentações de DJs. Haja cachaça!

Elas dão suas baforadas…

Trata-se de quase uma lenda urbana. Mas a fumaça no ar e o barulho a cada reunião mensal não deixam dúvidas de que a confraria das mulheres que fumam charuto existe mesmo. Criada há um ano por Marisa Carvalho, 28 anos, gerente da loja Davidoff, em São Paulo, a confraria Madame Cigar surgiu para agrupar as apreciadoras que se sentiam como peças raras em um universo essencialmente masculino. "Achava que só eu fumava", diz a coordenadora de moda Taryn Bogaert, que deu início ao hábito há três anos por influência do marido. "Nunca me senti intimidada em acender um charuto entre amigos, mas a gente sabe que é bem sensual. Na confraria fica-se mais à vontade." As participantes chegam munidas de cortador, isqueiro, furador e porta-charuto. Todas a postos e queimando seus puros, dá-se início ao debate da noite. "Nossa confraria é mais alegre e falante que a dos homens. A gente está aqui para descontrair", compara Marisa, porta-voz do grupo formado por mulheres solteiras ou divorciadas, entre 20 e 40 anos. "São todas seguras de si, cheias de personalidade, com bons empregos e sem preconceitos."

 

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