O desempenho da Bovespa neste ano estourou a boca do balão. Apesar da crise do real, que atingiu seu ápice em janeiro e deixou o Brasil praticamente parado até abril, as ações que compõem o Ibovespa valorizaram em média 103% até novembro. Foi, disparado, o melhor desempenho em aplicações em 1999 e o fato de as ações estarem baratas ajudou muito a atrair investidores. Na Boverj, a alta foi ainda maior, de 111,77%. A dúvida agora é saber se 2000 será também generoso para as ações e a resposta é sim, segundo especialistas de bancos. “As taxas reais de juros hoje são as menores dos últimos cinco anos no Brasil, de modo que cada vez mais as pessoas abandonarão a renda fixa e irão procurar uma melhor rentabilidade nas ações”, explica Edvaldo Morato, diretor do Santander. Evidentemente não se espera que o desempenho no ano que vem seja tão estrondoso, inclusive porque a desvalorização do real ajudou muito a atrair dinheiro para ações. Mas os próprios investidores estrangeiros e seus bilhões de dólares se preparam para desembarcar com mais força por aqui, pois entendem que o risco Brasil está cada vez menor. Prova disso é que o ING Barings, um dos maiores bancos de investimentos do mundo, reabriu suas operações de corretagem aqui e na América Latina, após mais de um ano e meio longe da região. “Estamos muito otimistas. Boa parte dos R$ 300 bilhões de fundações e fundos de pensão brasileiros hoje não está aplicada em ações”, lembra Thomas Atkinson, diretor do ING Barings. Portanto, uma grossa soma de dinheiro tende a puxar para cima os preços das ações e quem comprar antes os papéis pode lucrar mais. Um fato que favorece ainda o pequeno investidor é a atuação cada vez maior de órgãos de fiscalização na defesa dos direitos dos acionistas minoritários. Agora, ações são sempre um mercado de risco e a consulta a um especialista é fundamental.

 

OS MELHORES SETORES

Telecomunicações e mídia:
As empresas de telefonia fixa e celular têm metas a cumprir e tendem a crescer muito nos próximos dois anos. O provimento à Internet, em plena ebulição, será adotado por várias companhias

Bens de consumo:
Companhias que fabricam ou vendem produtos de consumo rápido ou mesmo alguns duráveis serão beneficiadas pelo crédito mais barato e pela queda das taxas de juros

 

DICAS:

1) Lembre-se de que ações devem ser tratadas como investimentos de médio prazo, de dois a três anos no mínimo. O ideal é aplicar apenas 25% das suas economias nas Bolsas. Lembre-se que ações devem ser tratadas como investimentos de médio prazo, de dois a três anos no mínimo. O ideal é aplicar apenas 25% das suas economias nas Bolsas.

2) Pergunte a um especialista qual a maneira mais interessante para você entrar nesse mercado: através de fundos de ações dos bancos, que apresentam menores riscos, ou na compra de ações de determinadas empresas através de corretoras.

3) A Bovespa criou uma maneira rápida de aplicar através da Internet. As transações passam por corretoras e as instruções estão no site www.bovespa.com.br/homebr.htm.